Debate sobre o letramento racial foi realizado em Duque de CaxiasDivulgação

Baixada - Colaboradores da Águas do Rio com atuação nos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Magé e São João de Meriti puderam compreender a narrativa histórica de desigualdade social e entender melhor as diferenças entre preconceito, discriminação e racismo.
Isso porque o treinamento “ABC da Raça: Letramento Racial”, ministrado pela Especialista em Ações Afirmativas do Instituto Identidades do Brasil (IDBR), Viviane Santos, foi realizado nesta terça-feira (23/05), na Universidade Estácio de Sá, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O processo de letramento racial é um convite à mudança de pensamentos e atitudes que devem ser assumidos no dia a dia, seja no trabalho ou dentro de casa. “Antes, nós aceitávamos o preconceito e o racismo com timidez, sem nos impor. Mas agora é diferente. Hoje nós temos mais voz e devemos sempre rever nossos conceitos e quebrar paradigmas diariamente”, ressaltou Viviane durante sua palestra.
O debate também deu oportunidade para que os participantes pudessem tirar dúvidas sobre o uso de determinados termos, além de abrir espaço para alguns relatos. Um deles foi de Thiago Silva, agente de saneamento da Águas do Rio, que relembrou um episódio de racismo sofrido em 2019.
“Eu estava na entrada de um shopping, mexendo no meu telefone celular, quando fui abordado como se fosse suspeito de algum crime. Um rapaz branco fazia o mesmo ao meu lado, mas ninguém falou ou mexeu com ele. Tudo isso foi muito difícil. Quem sofre o racismo se sente a pior pessoa do mundo. Eu me senti mal e eu não quero que nada disso aconteça comigo nem com ninguém novamente” explicou.
O processo de letramento racial é um convite à mudança de pensamentos e atitudes que devem ser assumidos no dia a dia, seja no trabalho ou dentro de casa - Divulgação
O processo de letramento racial é um convite à mudança de pensamentos e atitudes que devem ser assumidos no dia a dia, seja no trabalho ou dentro de casaDivulgação

O “ABC da Raça” está percorrendo outras unidades da Águas do Rio e já foi realizado em São Gonçalo e na capital, impactando diretamente os colaboradores.
Para Luciana Muniz, Coordenadora de Responsabilidade Social da companhia, trazer o tema para a Baixada Fluminense é importante para que as pessoas repensem em algumas ações. “O que nós podemos fazer é pensar duas vezes em tudo o que nós fazemos e falamos. E nossa postura no trabalho é reflexo daquilo que somos em casa, então trouxemos esse debate para sensibilizar e reforçar boas práticas” finalizou Muniz.
Programas de diversidade racial
O ABC da Raça está sob o guarda-chuva do programa de igualdade racial “Respeito Dá o Tom”, da Aegea, holding da Águas do Rio. Implementado em 2017, o projeto tem como foco promover a equidade nas oportunidades de acesso, crescimento e desenvolvimento na empresa para a população negra em todas as concessionárias.
No caso da Águas do Rio, a empresa implantou, em apenas um ano e meio de operação, um programa de jovens aprendizes compostos com população 100% de negros (pretos e pardos) e está trabalhando para aumentar em 10% a ocupação de pessoas negras em cargo de liderança, além de oportunizar que 45% de mulheres estejam nessas posições até 2030.