Por gabriela.mattos

Recife - Além da microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré, o vírus zika pode estar associado a mais uma doença neurológica: a encefalomielite aguda disseminada (Adem, sigla em inglês), uma síndrome autoimune que causa inflamação no sistema nervoso central.

Estudo do Serviço de Neurologia do Hospital da Restauração, do Recife (PE), encontrou evidências de associação entre o vírus e a Adem em pelo menos dois casos. Cientistas acompanharam, entre dezembro de 2014 e junho de 2015, todos os casos que chegaram à instituição, com sintomas de infecção da família de vírus que inclui zika, dengue e chicungunha.

Todos chegaram ao hospital com febre e erupções na pele. Alguns tiveram coceiras, dores em músculos e articulações, além de olhos vermelhos. Segundo os pesquisadores, os sintomas são semelhantes aos de uma esclerose múltipla, mas em geral a Adem provoca um único ataque do qual a maior parte dos pacientes se recupera em cerca de seis meses.

Quando tiveram alta do hospital, cinco dos seis pacientes continuavam com problemas motores. Um teve problemas de visão e outro apresentou problemas de memória e de capacidade de raciocínio.

“Não quer dizer que todas as pessoas infectadas com o zika terão dano cerebral. A maior parte não tem sintomas cerebrais. Vai ajudar a esclarecer possíveis efeitos duradouros com os quais o vírus pode estar associado no cérebro”, disse Maria Lúcia Brito Ferreira, chefe do Serviço de Neurologia.

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