Por rafael.souza

Brasília - A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagram na manhã desta segunda-feira mais uma fase da Operação Zelotes, que investiga esquema de compra de votos no Carf, o conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de multas de grandes contribuintes. A ação tem o objetivo de cumprir 30 mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.  O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi conduzido coercitivamente — quando o investigado é levado para depor e liberado.

Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega Arquivo / Agência Brasil

O alvo é a Cimento Penha, firma do empresário Victor Garcia Sandri, amigo de Mantega. Os investigadores pediram medidas contra Mantega.

A empresa teria comprado o então conselheiro do Carf Valmar Fonseca de Menezes para anular seu débito. O MPF sustenta que o ex-ministro Guido Mantega nomeou, em junho de 2011, Valmar e também o então conselheiro José Ricardo da Silva – já condenado na Zelotes – para a câmara que analisou o caso do seu amigo.  Com isso, o Cimento Penha conseguiu abater débito de R$ 106 milhões em julgamento no Carf. 

Mantega já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados. Também foram ordenadas as mesmas medidas em relação a Coroado Administração de Bens, empresa do ex-ministro petista.

De acordo com as primeiras informações, o MPF solicitou o cumprimento de ao menos 15 mandados de busca e apreensão e 15 conduções coercitivas.

Em e-mails interceptados pela Zelotes, o empresário Victor Sandri menciona o nome de Mantega em conversas com o então conselheiro Valmar. As investigações teriam encontrado pagamento de R$ 15 milhões para empresa de auditoria e consultoria vinculadas a Valmar.   

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