Ministro da Economia, Paulo Guedes condiciona a retomada do benefício à aprovação do Orçamento de 2021 e das propostas em tramitação no Senado que preveem corte de gastos - EDU ANDRADE/Ascom/ME
Ministro da Economia, Paulo Guedes condiciona a retomada do benefício à aprovação do Orçamento de 2021 e das propostas em tramitação no Senado que preveem corte de gastosEDU ANDRADE/Ascom/ME
Por O Dia
Rio - Nesta sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e alguns governadores tinham um plano de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Em uma entrevista à revista Veja, Guedes disse, ainda, que a demissão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub foi uma iniciativa para "pacificar" o relacionamento com os ministros do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o depoimento do ministro, foi o atual governador de São Paulo, João Dória, que o alertou: "Houve, sim, um movimento para desestabilizar o governo. Não é mais ou menos, não. Tinha cronograma. Em sessenta dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos. O Doria ligou para mim e disse assim: 'Paulo, é a chance de salvar a sua biografia. Esse governo não vai durar mais de sessenta dias. Faz um favor? Se salva'", contou Guedes. 
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Além do presidente da Câmara e governadores, o ministro contou que também precisou estabilizar a situação com os ministros do STF: "Conseguimos desmontar o conflito ouvindo cada um deles. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, sugeriu que o governo deveria dar um sinal, caso estivesse realmente interessado em pacificar as relações. A demissão do Weintraub foi uma sinalização". 
Guedes relatou, ainda, os momentos de tensão que viveu quando o STF afirmou que poderia apreender os telefones do presidente Bolsonaro. "Nessa hora, eu interferi. Disse que estávamos caindo numa armadilha, que o script já estava montado, que aquilo era inapropriado. Os generais presentes me apoiaram. Sugeri ao presidente mandar o Weintraub para o Banco Mundial, em junho. A partir daí, as coisas se acalmaram entre o governo e o STF", finalizou o ministro.