Por bianca.lobianco
Jovem relata assédio de motorista do UberReprodução Internet

Minas Gerais - Um motorista egípcio, radicado em Belo Horizonte, foi descredenciado pela Uber depois que uma usuária fez uma denúncia de assédio contra ele. Segundo a jovem de 20 anos, o motorista tentou beijá-la à força depois que as amigas que a acompanhavam desceram do carro. Elas voltavam de uma boate no bairro Lourdes, na região Centro-Sul da capital. O caso ocorreu no último sábado.

A vítima contou que por conta de um erro logístico quando acionou o serviço, não conseguiu quitar seu trecho da corrida pelo aplicativo de uma amiga. Por conta disso, o motorista ofereceu o serviço particular para as duas outras amigas que ficaram no carro. Elas foram as últimas a serem deixadas em seus destinos.

Segundo ela, graças ao pagamento anterior realizado por meio da plataforma (trajeto entre a boate e a casa de uma das jovens do grupo), foi possível fazer a denúncia.

"Infelizmente, eu fui a que ficou por último. No percurso ele introduziu assuntos sobre sexo e até questionou gostos particulares meus e vez ou outra ele colocava as mãos nas minhas pernas e eu tentando disfarçar e achando que aquilo era coisa da minha cabeça. Chegando ao meu bairro, ele começou a me pedir que eu beijasse ele (...) Quando chegamos ele ainda teve a cara de pau de falar que eu teria que dar um beijo nele na hora (...) O medo que eu estava sentindo, o nojo que eu estou sentindo agora e o que eu imagino que poderia acontecer, se não já aconteceu coisa pior com outras pessoas. Sério que eu não posso pegar um Uber sozinha sem isso acontecer?", relatou ela em desabafo no Facebook. 

A jovem conseguiu se esquivar do homem e pediu para que ele a deixasse no local combinado desde o início da corrida. Em seguida, quando chegou em casa, alertou as amigas e fez a denúncia.

"Para quem diz que isso é mimimi, tente ser mulher por apenas 25 minutos, que foi o percurso que estive sozinha e sinta na pele o que é isso. Ainda bem que nada de pior aconteceu, mas com quantas pessoas mais isso terá que acontecer para as pessoas enxergarem que tá na hora de parar?", lamentou. 

A jovem não registrou boletim de ocorrência porque já havia sido vítima de outro assédio e o desfecho não foi como ela esperava. "Já fui assediada outra vez e o caso foi parar na Justiça. Não adiantou nada. O problema não está só nos motoristas, sejam eles do Uber ou do táxi, é um problema social dessa sociedade machista que não respeita as mulheres".

Em nota, a Uber confirmou o ocorrido e informou que o motorista foi demitido da empresa e não poderá mais trabalhar pela plataforma. 



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