Por caio.belandi

Brasília - O presidente Michel Temer afirmou na manhã desta quinta-feira que o comportamento do ex-presidente do Senado e líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem feito críticas à condução do governo, não o surpreende. "Eu compreendo o Renan, as dificuldades dele, de alguma maneira, ele sempre agiu dessa maneira, ela vai e volta", afirmou o presidente em entrevista à Radio Bandeirantes. "Estou tratando politicamente com muito cuidado, até porque eu não posso a todo momento estar brigando", completou.

Temer disse que não se sente "abandonado" e que tem tido apoio da maior parte dos deputados e senadores. O presidente repetiu que não concede benefícios populistas, que causam benefícios no curto prazo e depois grandes dificuldades. "E foi o que aconteceu no passado", afirmou, destacando o déficit das contas públicas.

"O que eu tomo são medidas populares, são aquelas que demandam o reconhecimento posterior", disse Temer, acrescentando que não se assusta com sua baixa popularidade e que precisa continuar com as reformas necessárias ao País.

Na quarta-feira, Renan repetiu que "o presidente Michel Temer não tem para onde ir". Em meio às críticas do ex-presidente do Senado, Temer iniciou uma ofensiva com os senadores do partido para conter possíveis dificuldades adicionais para a aprovação da Reforma da Previdência. O movimento busca neutralizar a força e a influência de Renan - que é líder da bancada - sobre os senadores.

Temer recebeu na noite de quarta quatro senadores peemedebistas no Palácio do Jaburu: Rose de Freitas (ES), Garibaldi Alves (RN), João Alberto Souza (MA) e Valdir Raupp (RO). Também na quarta, Temer almoçou com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e com o senador Airton Sandoval (PMDB-SP), que assumiu a vaga com a licença de senador paulista Aloysio Nunes que agora é ministro das Relações Exteriores. Também participou do almoço o senador Elmano Férrer (PMDB-PI).

Apesar da ofensiva de certa forma "isolar" Renan, auxiliares do presidente reforçam que ele nunca fechou a porta para o ex-presidente do Senado e que tem - ao longo de diversas crises que já enfrentou com Renan - procurado manter o diálogo de forma direta ou por meio de ministros - como Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

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