Rio - Em meio as resistências do Congresso e o receio de não aprovar as reformas que alega serem fundamentais para o país, o governo Temer busca apoio. Ontem, representantes de ministérios e da cúpula da base no Parlamento fizeram apelo público ao segmento que tem interesse direto nas reformas da Previdência e Trabalhista. No 16º Fórum Empresarial organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Foz do Iguaçu (PR), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, e o da Educação, Mendonça Filho, foram enfáticos sobre a importância da aprovação das propostas que estão no Congresso.
Todos defenderam a necessidade do setor empresária ajudar na aprovação das reformas, inclusive com presença na mídia em defesa dos temas. Rodrigo Maia pediu que os executivos usem a “capacidade de mobilização” para que o texto da Previdência seja aprovado em maio.
Dyogo Oliveira foi o mais enfático e cobrou dos empresários que deixem de lado o “acanhamento” para enfrentar o tema. Mendonça Filho chegou ao ponto de conclamar os empresários a se mobilizarem “na comunicação de massa”. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também deixou seu recado para os empresários pedindo que “participem desse esforço”.
O relatório da Reforma da Previdência foi apresentado oficialmente na última quarta-feira. Mesmo com algumas flexibilizações no texto, o governo enfrenta dificuldade e teme não conseguir para aprová-lo. Em função disso, Rodrigo Maia já admite adiar a votação inicialmente prevista para o dia 8 de maio. “Se possível vamos votar a matéria no dia 8, se não for possível, a partir do dia 15”, disse.
O temor do governo pode ser avaliado pela contagem feita pelo Grupo Estado, com deputados depois das mudanças anunciadas. O levantamento mostra que o número de parlamentares contrários à Reforma da Previdência subiu para 186, enquanto o dos que são a favor está em 70 e 43 estão indecisos.
Maia quer aprofundar a discussão
Apesar de não assumir — hoje o governo não tem votos suficientes para a aprovação — Maia alegou que não se trata de adiamento. Segundo ele, seria “aprofundamento na articulação” com as bancadas para melhor compreensão do texto da PEC 287 entregue pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA). “Não haverá adiamento, haverá articulação. E a votação quando estivermos a clareza da vitória”, disse.
Responsável pela articulação no Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, admitiu que há necessidade de discussão mais aprofundada do texto.