Brasília - O líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), disse acreditar que a prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, não terá influência sobre os deputados na análise da denúncia contra o presidente Michel Temer. Para Moura, não há conexão entre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer e a acusação que pesa contra Geddel.
"Espero que não tenha nenhum impacto porque o motivo que gerou a prisão não tem nenhum tipo de conexão com a denúncia em relação ao presidente Michel Temer. Nossos parlamentares têm transmitido a certeza da rejeição da denúncia", declarou. O líder no Congresso admite que haverá exploração política do episódio por parte da oposição, que a situação gera desgaste, mas que a denúncia em si não traz fato comprometedor contra Temer. Ele, no entanto, reconhece que é preciso trabalhar para que a prisão não contamine o ambiente na Câmara.
No cronograma dos governistas, a partir da entrega da defesa de Temer na quarta-feira, é possível votar a denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima semana, com possibilidade de votação no plenário antes do recesso, que começa no dia 17. Moura, que passou a tarde ligando para membros da CCJ, disse contar com mais de 34 votos contra a admissibilidade da denúncia. Sobre a escolha do relator, o deputado disse esperar que o escolhido do presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), não seja um parlamentar "que faça da relatoria um palanque político".
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Para que o prazo das cinco sessões de apreciação na CCJ seja cumprido, os governistas pretendem marcar presença na sexta-feira, e na segunda-feira, dias em que tradicionalmente não há quórum para abertura de sessões na Câmara. "Nossa pressa é de quem tem compromisso com o futuro do País", justificou.
Moura admitiu, no entanto, que a palavra final sobre a votação no plenário cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O líder também não descartou a possibilidade de votação num domingo. "O que queremos é cumprir o prazo regimental das cinco sessões", observou.
Para que haja recesso, os parlamentares precisam votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Segundo Moura, a previsão de votação é dia 14 de julho. E, para votar a LDO, o Congresso precisa antes apreciar os 17 vetos presidenciais que trancam a pauta.