Por thiago.antunes

Brasília - Na penúltima sessão do Congresso antes do recesso, a base do governo não conseguiu reunir 51 deputados em Brasília numa sexta-feira e fazer a leitura do parecer aprovado na véspera pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que recomenda a barração da denúncia contra o presidente Temer.

Só 24 parlamentares registraram presença e a leitura foi adiada para segunda-feira. Somente depois desse ato, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pode incluir o tema na pauta de votação. O governo queria levar o parecer ao plenário antes do recesso, mas teve que aceitar a votação em 2 de agosto. Nesse dia, a Câmara vai decidir, de forma definitiva, se autoriza o Supremo a analisar a denúncia por corrupção contra Temer. 

Deputados não estavam em Brasília ontem%2C como é comum nas sextas-feiras. Só 24 registraram presençaAgência Brasil

Para o líder do PMDB, Baleia Rossi (SP), o recesso não deve impactar a votação. Já a oposição tem esperança de que fatos novos e a pressão da sociedade possam reverter a vitória do governo na CCJ.

Beto Mansur (PRB-SP), da tropa de choque do governo, disse à Agência Estado que nem a base, nem a oposição tem o mínimo de votos para que a sessão se realize. Como a aceitação da denúncia depende do voto de 342 parlamentares, a Câmara só vai pautar o tema com esse número de deputados presentes, para evitar futuras contestações.

Segundo Mansur, o governo conta com 262 parlamentares, a oposição com 171 e 80 deputados estão indecisos. “Nós temos que trabalhar e convencer os indecisos”, disse.

Com isso, existe até a possibilidade de que a matéria fique dormindo no Congresso, sem definição. “Em contato direto com a sociedade, muitos deputados vão sair da indefinição. Novas denúncias poderão vir no período. Nosso interesse, pela pressão social legitima, é aprovar a denúncia”, disse o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ).

Cunha calado; doleiro Funaro ativo

O ex-deputado Eduardo Cunha foi interrogado à Polícia Federal (PF) em Curitiba sobre fraudes com dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na qual, para o Ministério Público Federal, ele desempenhou papel de destaque. A audiência durou apenas 15 minutos. Cunha não respondeu às perguntas e só deverá depor em juízo.

O doleiro Lúcio Funaro vai ficar na carceragem da Polícia Federal (PF), em Brasília, por mais cinco dias, até quarta-feira. Preso desde julho de 2016, Funaro saiu do Presídio da Papuda para a PF para preparar sua delação. Os alvos são o presidente Temer, os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, além do ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral).

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