Brasília - O presidente Michel Temer disse, em ofício à Justiça Federal em Brasília, desconhecer um esquema de pagamento de propinas na Caixa Econômica Federal em troca da liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Em documento de cinco páginas, no qual responde a perguntas feitas pela defesa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer negou que tenha indicado aliados para o comando do banco. Disse ainda que doações de campanha feitas ao PMDB por empresas investigadas, durante o período em que presidiu o partido, não foram vinculadas à aprovação de investimentos do banco.
O presidente foi arrolado como testemunha por Cunha, que é réu em ação penal sobre esquema de corrupção na Caixa. Em função do cargo que ocupa, teve o direito a responder por escrito aos 22 questionamentos do deputado cassado, preso em Curitiba.
Viagem para apaziguar laços com PSDB
Apesar da pressão do chamado Centrão para ocupar ministérios do PSDB, o presidente Michel Temer decidiu "afagar" os tucanos e confirmou presença no lançamento do programa Cartão Reforma ao lado do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), em Caruaru (PE). A viagem de Temer é vista como um "simbolismo" para mostrar a boa relação com a legenda, embora a sigla tenha divergências internas.
O gesto do Planalto tem por objetivo pacificar a relação com o PSDB e garantir os votos que ainda têm do partido, mesmo com as dissidências, para barrar no plenário a denúncia de corrupção passiva contra Temer.
Em caráter reservado, um membro da Executiva do PSDB contou que Temer já procurou os quatro ministros da sigla e garantiu que eles não perderão seus cargos. Segundo essa mesma fonte ouvida pela reportagem, Temer pediu, porém, engajamento no movimento para "virar" votos na bancada.
Com informações da Agência Estado