Por rodrigo.sampaio

Brasília - De acordo com a pesquisa Ibope divulgada nesta quinta, a avaliação negativa do governo do presidente Michel Temer alcançou 77% neste mês de setembro. No levantamento anterior, divulgado há cerca de dois meses, o porcentual dos que avaliavam o governo como ruim ou péssimo era de 70%.

Já a avaliação positiva do governo caiu de 5% para 3%, no mesmo período. A parcela que considera o governo regular caiu para 16%, ante 21% na última pesquisa. Os que não souberam ou não responderam sobre a avaliação do governo representaram 3% dos entrevistados.

Avaliação positiva do governo caiu de 5% para 3%AFP

A aprovação pessoal do presidente também piorou. Na pesquisa divulgada agora, 89% dos entrevistados disseram desaprovar a maneira de Temer governar. Em julho, esse porcentual era de 83%. Já os brasileiros que aprovam o jeito do presidente de administrar o País caíram de 11% para 7% de julho para setembro. Outros 4% não sabem ou não responderam essa questão.

A confiança da população no presidente também diminuiu. Agora, apenas 6% dos entrevistados disseram confiar em Temer. Em julho, este número era de 10%. Ao mesmo tempo, o porcentual dos que não confiam no presidente aumentou de 87% para 92% entre as duas pesquisas. Os que não sabem ou não responderam essa questão foram 2%.

Sobre as perspectivas em relação ao restante do governo, a situação também piorou. Em julho, 65% pensavam que o governo permaneceria como ruim ou péssimo, agora este número chegou a 72%. Os que acreditavam que o governo seria ótimo ou bom até o fim do mandato diminui de 9% para 6% em setembro. Entre aqueles que classificam o governo de regular, a avaliação baixou de 22% para 17%. Outros 5% não souberam ou não responderam.

A atuação do governo Michel Temer em relação aos impostos teve a pior desaprovação entre as nove áreas pesquisas, mostra pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quinta-feira, 28. A desaprovação nessa área atingiu 90%, ante 87% no levantamento semelhante realizado em julho deste ano.

A segunda área com maior desaprovação é a taxa de juros, desaprovada por 87% dos entrevistados. O porcentual aumentou em relação a julho (84%), mesmo após o Banco Central anunciar, no início de setembro deste ano, oitavo corte consecutivo na taxa básica de juros da economia (Selic) para 8,25% ao ano, o menor nível para a Selic desde maior de 2013.

Corrupção foi um dos assuntos mais lembrados dos entrevistadosEfe

Já a terceira área mais desaprovada pelos entrevistados é a saúde, com 86% de desaprovação em setembro. As políticas do governo Temer para segurança pública e combate ao desemprego aparecem em seguida no ranking, desaprovadas por 85% dos entrevistados cada uma. A atuação do governo para combater a fome, por sua vez, foi desaprovada por 85% da população.

Ainda de acordo com a pesquisa, a desaprovação das políticas de combate à inflação e a educação alcançaram 81% em setembro. As políticas do governo na área do meio ambiente tiveram a menor desaprovação em setembro, de 79%. Apesar de ser a menor, o resultado representou crescimento de nove pontos porcentuais ante julho e ocorreu em meio ao decreto presidencial extinguindo a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), que, após repercussão negativa, foi revogado.

Corrupção

Na última pesquisa, em julho, as notícias mais lembradas sobre o governo Temer já eram sobre "corrupção", com 16%. Dois meses depois, esse porcentual aumentou para 23%, seguida pelo noticiário Operação Lava Jato, que passou de 9% para 11%.

A apreensão de malas e caixas contendo R$ 51 milhões na casa do ex-ministro Geddel Vieira Lima foi o terceiro fato mais lembrado, citado por 7% dos entrevistados. No total, 44% dos entrevistados mencionam algum notícia relacionada à corrupção, sendo que 9% citaram casos que envolvem diretamente o presidente

A quarta notícia mais lembrada sobre a gestão peemedebista foi a liberação para exploração de áreas na Amazônia, fato debatido em torno da edição do decreto da Renca. Após a repercussão negativa, Temer recuou desse decreto, mas a notícia foi lembrada por 5% dos ouvidos na pesquisa. "Isso ajudou a piorar a avaliação do governo", afirmou Renato da Fonseca, gerente executivo de pesquisa e competitividade da CNI.

Cerca de 34% dos consultados na pesquisa não souberam ou não responderam qualquer notícia quando questionados sobre o tema.

Dilma

A avaliação de que o governo do presidente Michel Temer é melhor do que a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff registrou queda de 11% para 8%, entre julho e setembro deste ano, mostra a pesquisa CNI/Ibope.

A parcela da população que considera que o governo Temer é pior do que o da petista aumentou de 52% para 59%, de uma edição da pesquisa para a outra. Para 31%, os dois governos são iguais, ante 35% no levantamento anterior. Outros 2% não sabem ou não responderam.

A pesquisa foi realizada de 15 a 20 de setembro. O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. O nível de confiança utilizado é de 95%.

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