Por caio.belandi
Brasília - O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, pediu demissão nesta sexta-feira, um dia antes da convenção do PSDB. O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) deve assumir o lugar de Imbassahy, cuidando da articulação política com o Congresso num momento em que o governo tenta votar a Reforma da Previdência na Câmara.
Antonio Imbassahy (PSDB-BA) deixou a pasta de Secretaria do Governo e deverá dar lugar a Carlos MarunLarissa Ponce/Agência Câmara

Após receber o pedido de demissão, o presidente Michel Temer agradeceu ao tucano pelo que fez pelo governo e pelo país. "Os momentos difíceis a que você alude na carta foram enfrentados todos por mim, mas com seu apoio permanente. A sua ponderação, o seu equilíbrio e a sua firmeza foram fundamentais para que não só atravessássemos momentos delicados, mas especialmente porque o Brasil não parou. Eu, o governo e o país devemos muito a você", afirmou o presidente em carta enviada ao ministro. Ao final, Temer afirma que sabe que, no parlamento, Imbassahy continuará a defender os interesses do Brasil.

Em carta de três páginas enviada ao presidente, Imbassahy disse que foi um grande desafio atuar na função em um período de radicalização pós-impeachment, com uma grande fragmentação partidária, "em meio a enormes dificuldades econômicas e fiscais". "Agora precisamos novamente do apoio do Congresso para avançar com a reforma da Previdência, garantindo sustentabilidade ao sistema em benefício das próximas gerações", escreveu o ex-ministro, que reassumirá seu mandato de deputado federal.

Na carta, Imbassahy não menciona o racha do PSDB, que neste sábado elege o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para a presidência do partido. Até agora, os tucanos estão divididos e a maioria não avaliza as mudanças propostas por Temer para a aposentadoria.

Ao dizer que "novas circunstâncias se impõem no horizonte", o ex-ministro afirma que o PSDB "decidiu apoiar o governo sem contrapartida alguma, além de um compromisso programático".

Homem forte do governo na Câmara, Carlos Marun (PMDB-MS) deverá ser o próximo ministro de Secretaria de GovernoAntonio Augusto/Agência Câmara

Na prática, a saída de Imbassahy da equipe dilui o impacto político da convenção do PSDB, que será realizada neste sábado, em Brasília. "Esse questão do desembarque é página virada", disse o líder da bancada do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP)

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O titular das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, permanecerá no posto. A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, deverá deixar o cargo nos próximos dias. A saída de Imbassahy já era assunto no Planalto desde novembro, após a saída do também tucano Bruno Araújo do Ministério das Cidades.