Ex-delegado da Polícia Federal, Fernando Segovia - Wilson Dias/Agência Brasil
Ex-delegado da Polícia Federal, Fernando SegoviaWilson Dias/Agência Brasil
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Brasília - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou com uma ação na Justiça na qual pede a saída de Fernando Segovia do cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF). O pedido foi feito ontem, na 22ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF), por meio de uma ação popular.

Além de citar a recente entrevista concedida por Segovia à agência de notícias Reuters, na qual o diretor indicou que a tendência é de que as investigações contra o presidente Michel Temer sobre o Decreto dos Portos sejam arquivadas, o senador afirma que a nomeação por Temer e a permanência de Segovia no cargo configuram "ofensa à moralidade administrativa" e "desvio de finalidade". Randolfe também abordou as suspeitas de intenção do presidente na nomeação para o comando da PF.

"Tal suspeição fundada se deu em razão de a cúpula do governo já não disfarçar sua insatisfação com o curso das investigações da Operação Lava Jato, chegando o seu líder no Senado a manifestar a intenção de 'estancar a sangria' e de fazer 'um grande acordo nacional'", disse o senador, se referindo às declarações ditas entre o senador Romero Jucá (MDB-RR) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Já os delegados do Grupo de Inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal (STF), o Ginq, enviaram um ofício ao diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Eugênio Ricas, na qual afirmam que não permitirão qualquer tipo de interferência no inquérito que investiga Temer e em outras apurações contra pessoas com foro privilegiado.

No texto, os delegados deixam claro que, caso haja algum tipo de interferência, o STF será acionado para adoção de "medidas cautelares".

Ontem, Segovia se reuniu com representantes dos delegados federais e disse estar arrependido sobre sua fala e prometeu que não há nem nunca haverá interferência sobre o trabalho de delegados da corporação.

A fala foi interpretada como uma 'mea-culpa' do diretor da corporação, mas ainda não serviu para acabar com a crise na PF.

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