Curitiba - A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta quinta-feira buscas na Casa Civil do governo do Estado do Paraná. A ação faz parte da 48ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no início do dia. A primeira fase das investigações em 2018 tem como alvo esquema de corrupção de concessionárias de rodovias federais a agentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná e da Casa Civil do governo do Estado do Paraná.
São cumpridos sete mandatos de prisão e 50 mandados de busca e apreensão nessa nova etapa, batizada de Operação Integração. O nome decorre do alvo, a suspeita de corrupção na concessão de rodovias federais no Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração. A PF cumpre as ordens judiciais em quatro Estados: Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
As ordens judiciais foram autorizadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro. As investigações detectaram o uso das estruturas de lavagem de dinheiro “reveladas na Operação Lava Jato para operacionalizar os recursos ilícitos pagos a agentes públicos, principalmente por meio dos operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, investigados na Lava Jato", segundo a Polícia Federal.
Em São Paulo, dois suspeitos foram presos na manhã desta quinta-feira. De acordo com informações da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, um dos presos foi detido no aeroporto e já foi encaminhado para Curitiba, de avião. O segundo detido também irá para Curitiba ainda hoje. A PF não informou os nomes dos suspeitos, nem a participação deles no esquema.
Desde as 6h, policiais estão no Palácio Iguaçu, sede do governo Beto Richa (PSDB), para cumprir ordem de buscas em gabinete da Casa Civil. Há também buscas no prédio do DER do Paraná, além do DNIT.
Operadores
A Lava Jato suspeita que as concessionárias de rodovias do Anel da Integração usavam o mesmo esquema de lavagem de dinheiro usado para pagar propinas na Petrobras para corromper agentes públicos do setor de rodovias.
O ponto comum alvo da Operação Integração é o uso de dois operadores de propinas: Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran. "Uma das concessionárias se utilizou dos serviços de Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran para operacionalizar, ocultar e dissimular valores oriundos de atos de corrupção. Dentre os serviços prestados por estes operadores está a viabilização do pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos", informou a Polícia Federal.
O governo do Estado foi procurado, mas nenhum representante foi localizado até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.
Com informações da Agência Brasil e do Estadão Conteúdo