Brasília - O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira que no decreto de intervenção na segurança do Rio de Janeiro há privilégios na questão de julgamento dos militares. Segundo Temer, o objetivo dos militares é dar apoio aos policiais, mas, "se houver confronto entre um marginal, um bandido armado e um militar, eles não vão deixar a segurança ficar impune".
"Esperamos que não aconteça. Se houver necessidade e for necessário, é para partir para o confronto", destacou Temer, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Segundo o presidente, o julgamento de militares, conforme prevê a Lei, acontecerá de acordo com a justiça militar e destacou que o papel deles é de apoio. Temer disse que o interventor vai comandar a polícia militar e civil, e terá também à disposição as Forças Armadas. "Não significa que só as forças armadas vão operar", afirmou, reiterando que as forças armadas "estarão preparadas para essa administração".
O presidente também fez questão de ressaltar que a ideia da intervenção não é agredir os Direitos Humanos e salientou que no ministério da área está sendo criado um grupo para acompanhar as ações no Rio que, segundo Temer, também devem ser analisadas pelo Ministério Publico.
Ainda de acordo com o presidente, nesta sexta o general Braga Netto pediu que mais de 3 mil militares afastados voltem a executar as suas funções. "Já é um grupo que vai voltar para a ação da segurança pública. Isso tudo é fruto da intervenção", declarou.
Sobre o monitoramento em comunidades carentes, Temer disse não se tratar de ocupação e sim de "inspeções", além de afirmar que as ações vão ser apoiadas pelos moradores das favelas.
"O que não se podia suportar mais é crianças morrendo com balas perdidas, jovens, soldados, as escolas fechadas", exemplificou.
Em relação a polêmica em torno da possibilidade de se conseguir mandados coletivos, Michel Temer afirmou que cada caso será analisado de maneiras distintas e afirmou que a medida pode ocorrer caso haja "amparo legal".