Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar um protesto de professores contra o projeto de reforma da previdência municipal proposto pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em frente à Câmara Municipal, na tarde desta quarta-feira.

O tumulto ocorreu por volta das 14h, quando uma bomba foi lançada do lado de dentro da Câmara em direção aos manifestantes que ocupavam o Viaduto Jaceguai, no centro da capital. Minutos depois, a Tropa de Choque chegou lançando mais bombas contra os manifestantes.

O clima tenso já havia começado dentro da Câmara, envolvendo um grupo de manifestantes e vereadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que debatia o projeto da reforma da previdência Uma garrafa de água teria sido atirada na direção dos parlamentares, o que teria motivado uma ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para expulsar o grupo do local. Ao menos uma professora teria sido agredida pelos guardas na confusão.

O parecer do vereador Caio Miranda (PSB) a favor do projeto de Doria foi aprovado por 5 votos a 3 na CCJ. Nesta quinta-feira, 15, a comissão realiza uma audiência pública sobre a projeto, que só será votado em plenário na próxima semana.

A sessão da CCJ teve de ser suspensa no salão nobre do oitavo andar da Câmara e só retornou tempos depois no plenário da Casa. Apesar da ação policial, os manifestantes voltaram a ocupar as duas pistas do Viaduto Jaceguai, bloqueando a Rua Dona Maria Paula nos dois sentidos. O prédio da Câmara foi fechado e cercado pela GCM.

Os professores municipais estão em greve desde o dia 8 de março contra a reforma da previdência proposta por Doria. O projeto prevê o aumento da contribuição dos servidores municipais de 11% para 14% e um sistema de Previdência Complementar. A proposta ainda inclui a criação de uma alíquota suplementar que poderá chegar a 19%, a depender da faixa salarial do servidor.

Por dentro

Evandro Almeida, estagiário da Câmara Municipal, conta que estava trabalhando normalmente no início da tarde quando uma bomba explodiu nas imediações do prédio e o tumulto começou. Nesse momento, relata que alguns manifestantes invadiram o edifício e a polícia atuou para controlar a situação.

"O cheiro de gás lacrimogêneo estava muito forte perto dos elevadores", contou. Por volta das 15h, ele comenta que a situação já estava normalizada. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que não tinha informações sobre o caso.

Doria

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o Executivo condena a "invasão" de professores na Câmara Municipal nesta quarta-feira. Ele admitiu ainda que houve excessos dos dois lados, de manifestantes e de guardas civis metropolitanos.

Você pode gostar
Comentários