Ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot - Fellipe Sampaio/SCO/STF
Ex-procurador-geral da República, Rodrigo JanotFellipe Sampaio/SCO/STF
Por O Dia

Rio de Janeiro - O ex-procurador geral da República Rodrigo Janot foi sarcástico na manhã desta quinta-feira ao compartilhar a notícia de que amigos do presidente Michel Temer foram presos. "Começou? Acho que sim", escreveu em sua conta no Twitter. O ex-procurador-geral da República pediu instauração do inquérito para apurar o 'Decreto dos Portos' em junho de 2017.

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira, quatro pessoas investigadas no inquérito. O advogado e empresário José Yunes; um dos donos da empresa Rodrimar, Antonio Celso Grecco; o coronel da reserva da PM João Baptista Lima, que também é amigo do presidente; e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossireso.

José Yunes é amigo de Temer há mais de 50 anos. O empresário foi assessor do emedebista na Presidência - e pediu demissão do cargo após a revelação do conteúdo da delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho.

Denúncia de Janot

Em junho de 2017, Janot pediu a abertura de um inquérito contra o presidente Michel Temer. Ele queria que o presidente fosse investigado pelo que chamou de "decreto dos portos". No pedido, o ex-procurador também solicitava que Rodrigo Rocha Loures fosse investigado no caso e que Antônio Celso Grecco, dono da empresa Rodrimar, João Batista Lima Filho, coronel aposentado e amigo de Temer e José Yunes, ex-acessor do presidente prestassem depoimentos. 

Inquérito do Decreto dos Portos

O relator do inquérito que apura o Decreto dos Portos no Supremo Tribunal Federal é o ministro Luís Roberto Barroso. O presidente Michel Temer é um dos alvos da investigação e está sob suspeita de beneficiar a empresa Rodrimar na edição do decreto voltado ao setor portuário. A PF também vasculha a sede da Rodrimar, em Santos, nesta quinta-feira.

Defesas

O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Yunes, divulgou nota para comentar a prisão do seu cliente. "É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimidado ou mesmo espontaneamente compareceu à todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania", escreveu.

A reportagem fez contato com a defesa de Antonio Celso Grecco, mas ainda não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

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