Temer: 'muito aborrecido' e 'constrangido' com prisão dos amigos Lima e Yunes, segundo seu advogado - AFP
Temer: 'muito aborrecido' e 'constrangido' com prisão dos amigos Lima e Yunes, segundo seu advogadoAFP
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Um dia depois da prisão do dono da empresa, a Polícia Federal apreendeu, na sede da Rodrimar, papéis com citações ao presidente Michel Temer (MDB) e à Argeplan, construtora controlada pelo coronel da PM José Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo e suspeito de ser 'laranja' do presidente.

A Rodrimar foi alvo de buscas da Operação Skala e o dono da empresa, Antonio Celso Grecco, preso. A operação investiga se a companhia e outras do ramo portuário foram beneficiadas pelo 'Decreto dos Portos' em troca de propinas para políticos, entre eles o presidente Michel Temer.

Os agentes vasculharam quatro andares da sede da Rodrimar, em Santos. Em relatório, os policiais anotaram a apreensão de "uma folha de papel contendo relação de empresas, entre elas, Argeplan" e "uma folha de papel contendo o nome de várias empresas e pessoas físicas, incluindo Michel Temer".

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, ao autorizar a Skala, disse que a Argeplan "tem se capitalizado" com recursos de empresas interessadas na edição do 'Decreto dos Portos' e distribuído recursos para os demais investigados. A empresa é suspeita de ter utilizado recursos oriundos de propinas de empresas portuárias, inclusive, para uma grande reforma na casa de uma filha de Michel Temer.

REAÇÃO

O Palácio do Planalto reagiu ontem à ofensiva do Ministério Público e da Polícia Federal, que pode levar a uma terceira denúncia por corrupção contra o presidente, afirmando que o Temer é vítima de uma trama para impedir sua candidatura à reeleição e que está em curso uma tentativa de "destruir sua reputação."

A nota foi a primeira declaração oficial sobre a operação que prendeu, além de Lima, o advogado José Yunes, assessor e amigo de seis décadas de Temer.

O governo diz que "o atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública". "Bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes. No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatura."

A nota criticou as prisões temporárias decretadas contras os aliados do emedebista, entre os quais o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, que comandou o Porto de Santos por meio da estatal Codesp.

"Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação", diz o comunicado.

O Planalto informou ainda que todas as áreas operadas pela Rodrimar serão "relicitadas".

O texto afirma que os investigadores não têm "fatos reais a investigar" e "tentam criar narrativas que gerem novas acusações".

 

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