São Paulo - Impedido por uma multidão de apoiadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou deixar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, por volta das 17h30. Ele chegou a entrar em um carro com o advogado Cristiano Zanin, mas o veículo foi cercado por centenas de pessoas que impediram o veículo de sair. Desde então, integrantes do PT negociam com os manifestantes a saída do ex-presidente.
Por volta das 18h, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), pediu à multidão que liberasse a saída do ex-presidente. “Eu, mais do que ninguém aqui, queria que o Lula ficasse livre. Agora, não depende da nossa vontade. A PF deu meia hora para a gente resolver essa situação”, disse ela ao microfone. Ao pedir a colaboração de todos, Gleisi chegou a dizer que é Lula “quem vai sofrer as consequências” se não se entregar à Polícia Federal (PF).
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, o presidente estadual do PT em São Paulo, Luiz Marinho, e o ex-ministro Gilberto Carvalho também fizeram apelos à multidão.
Segundo João Paulo, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o ex-presidente vai se apresentar aos policiais. "A posição política do presidente Lula é de se apresentar à Polícia Federal neste momento", afirmou.
Lula está na sede do sindicato desde quinta-feira à noite, quando foi expedida a ordem de prisão pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância. De mãos dadas, os manifestantes cercaram o prédio do sindicato. Helicópteros sobrevoam o prédio.