Geraldo Alckmin - AFP/EVARISTO SÁ
Geraldo AlckminAFP/EVARISTO SÁ
Por O Dia

Brasília - Se depender de suas ligações, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pode dormir tranquilo. O processo no qual o candidato à presidência é investigado pelo recebimento de R$ 10,7 milhões da Odebrecht foi parar nas mãos de um promotor bem próximo a integrantes de seu governo, Luiz Henrique Dal Poz.

Alckmin renunciou ao governo estadual na semana passada para tentar chegar ao Planalto. Com isso, perdeu o foro privilegiado e entrou na mira da Lava Jato. Os procuradores da Operação em São Paulo pediram o envio do inquérito sobre o político - que dormia no Superior Tribunal de Justiça - para a primeira instância. No entanto, em vez de uma vara federal, o inquérito foi remetido para a Justiça Eleitoral. O argumento foi de que o caso era de Caixa 2, sem sinais de crimes mais graves, como corrupção ou lavagem de dinheiro.

O caso agora vai ficar com Dal Poz, promotor da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo. Ele foi chefe de gabinete de Márcio Elias Rosa, quando ele era procurador-geral de Justiça. Depois, Rosa se tornaria secretário de Justiça de Alckmin e mantém o cargo.

Dal Poz afirmou não ver problema em ter trabalhado com o secretário de Alckmin. "Não vejo nenhuma relação que poderia me colocar numa condição de impedimento ou suspeição", disse.

Primo

A decisão que tirou Alckmin da mira da Lava Jato foi tomada pelo STJ a pedido do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia. Ele é primo do senador José Agripino Maia (DEM-RN). Presidente do DEM, Maia é réu na Lava Jato sob suspeita de ter recebido R$ 650 mil da construtora OAS. Os recursos seriam oriundos de fraudes na construção do estádio Arena das Dunas. O senador alegou, em setembro de 2017, que, "até as últimas eleições, as contribuições de pessoas jurídicas eram legalmente permitidas".

Ontem, o ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu encaminhar para a primeira instância dois processos contra o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB).

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