Pesquisa Datafolha aponta que Lula tem 34% das intenções de voto - AFP/NELSON ALMEIDA
Pesquisa Datafolha aponta que Lula tem 34% das intenções de votoAFP/NELSON ALMEIDA
Por O Dia

Brasília - As reações à pesquisa Datafolha divulgada ontem foram, em sua maior parte, negativas. O PT não gostou da forma como os cenários da disputa foram desenhados e o PDT se decepcionou por não ver confirmadas as expectativas de uma queda de Jair Bolsonaro (PSL) e uma migração expressiva de votos de Lula para o candidato do partido, Ciro Gomes. O PSB foi outro partido que demonstrou decepção com o desempenho de seu potencial candidato, Joaquim Barbosa.

Na primeira pesquisa realizada após a prisão de Lula, o petista teve uma queda de 6 pontos em relação à intenção de voto detectada em janeiro. O ex-presidente tinha 37% da preferência dos pesquisados e, agora, preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, registra 31% - o que é mais do que o dobro do seu adversário mais próximo, Bolsonaro, que tem 15%. Marina Silva (Rede) fica com 10%.

Bolsonaro assume a ponta no cenário hoje mais provável: Lula fora da corrida. Porém, o deputado, que nesse caso sobe para 17% da preferência, registra um empate técnico com Marina, que tem 15%.

O Datafolha traçou nove cenários na corrida presidencial. Lula aparece em três deles e oscila entre 30% e 31%, na liderança, à frente do deputado Jair Bolsonaro (PSL), que varia entre 15% e 16%, e Marina Silva (Rede), com 10%.

Os diretores do Instituto Datafolha chamaram atenção para o elevado índice de votos brancos e nulos, nos cenários sem Lula: 23%. "Um patamar inédito em pesquisas eleitorais a seis meses do pleito", avaliaram. Além disso, os demais candidatos não crescem e a maioria dos entrevistados não cita o nome dos presidenciáveis na pesquisa espontânea, frisaram.

A presidente do PT, Gleisi Hoffman se queixou da pesquisa, no Twitter: "Dos nove cenários pesquisados, só colocam Lula, que tem o dobro do segundo colocado, em apenas três! Como falar em cenário mais favorável para Lula entre os 9?! Além disso, os cenários testados são diferentes,incluem novas candidaturas e excluem outras. Como dizer q ele caiu?!", disse.

Já o presidente do PDT não escondeu sua preocupação com a persistência da intenção de votos de Bolsonaro. Ele afirmou que, num primeiro momento, acreditava que o maior adversário de Ciro (num cenário sem Lula) seria o ex-governador Alckmin. "Imaginávamos que haveria uma queda de Bolsonaro", disse. "Mas hoje eu não sei. Ele está conseguindo se manter. Seu eleitorado acredita que a solução da violência é a pena de morte É algo muito preocupante", disse ao Estado de S. Paulo.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não escondeu a decepção. "Acho que o resultado foi aquém do que o potencial que de fato ele (Barbosa) tem. O que acontece com o ministro Joaquim é que muitas pessoas não lembram o nome. Quando você mostra a fotografia, a pessoa lembra".

Rodrigo Maia (DEM), que não passa de 1% com ou sem Lula, foi lacônico. "Nenhuma surpresa. Sem Lula, a indefinição aumenta". Marina não comentou o resultado, mas se disse preocupada com "risco de extrema polarização do debate político." Alckmin disse que a relevância da pesquisa, no momento, é questionável, e Henrique Meirelles, que pode ser o candidato do MDB, disse que o voto só será definido no segundo semestre.

Esquerda

Entre as opções do PT a Lula, o ex-prefeito Fernando Haddad registra 2% das intenções de voto e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, 1%. Também registram desempenho bem modesto na atual pesquisa Manuela D'Ávila (PCdoB), que atinge 2%, e Guilherme Boulos (PSOL), com apenas 1%.

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