Brasília - O presidente Michel Temer e o presidente do Chile, Sebastián Piñera, defenderam nesta sexta-feira, a integração e eliminação de barreiras comerciais entre os dois países. "Brasil e Chile são parceiros históricos e com valores. Nosso papel é continuar aprimorando essa reação entre Brasil e Chile", afirmou Temer em declaração à imprensa após a reunião com Piñera.
Temer afirmou que, com os acordos assinados nesta sexta, há um estímulo de investimentos entre os dois países. "Agora nosso objetivo é superar barreiras regulatórias entre o Brasil e o Chile", disse, destacando que o Chile é o maior parceiro do País na região.
O presidente brasileiro afirmou ainda que houve concordância em fazer a integração entre o Mercosul e a Aliança para o Pacífico. Durante o encontro com Piñera, segundo Temer, foi discutida ainda a questão da Venezuela. "Expressamos ambos nossa preocupação com o destino político para aquele país. Cheguei a mencionar o problema que temos no Brasil dos imigrantes venezuelanos", afirmou, destacando que a preocupação é com o povo venezuelano. "Concordamos que não há alternativa na região que não seja para um regime democrático", completou.
Temer aproveitou para comentar o movimento do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que prometerem trabalhar pela "desnuclearização completa da península coreana", durante a primeira cúpula intercoreana em mais de uma década. "Esperamos estar assistindo uma etapa que levará a paz na península coreana. Isso terá repercussões em outros conflitos regionais", comentou.
O presidente Sebastián Piñera destacou que foram feitos acordos importantes com o Brasil e que os dois países caminham para eliminar barreiras tarifárias. Ele destacou o desejo do Chile e Brasil liderarem o processo de integração na América Latina e, não só de comércio de bens, serviços e investimentos, mas também na área da segurança.
Acordos
As duas nações assinaram um protocolo de Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI). O protocolo faz parte de uma geração de acordos internacionais que o Brasil começou a assinar em 2015, que oferecem uma proteção adicional a companhias que investem no exterior.
O protocolo financeiro complementa um acordo mais amplo assinado entre Brasil e Chile em 2015, que protege investimentos nos demais setores da economia. Na época decidiu-se que os bancos teriam um capítulo à parte, por se tratar de uma atividade altamente regulada.
Além do Chile, o Brasil já tem Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos com Peru, Colômbia, México, Angola, Moçambique e Malaui. Um protocolo com as mesmas finalidades foi formalizado no Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai) em dezembro passado.
Durante a visita, também foi assinado um Acordo de Contratação Pública, pelo qual empresas dos dois países poderão participar das licitações públicas em igualdade de condições.
Após a declaração à imprensa, os dois presidentes seguiram para o Palácio do Itamaraty, para um almoço oferecido ao presidente Piñera.