Patrulhamento do Exército na orla da Praia de Copacabana - Foto: Daniel Castelo Branco
Patrulhamento do Exército na orla da Praia de CopacabanaFoto: Daniel Castelo Branco
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), discordou nesta sexta-feira da proposta de suspender a intervenção federal na segurança pública do Rio para que o Congresso Nacional possa votar a reforma da Previdência ainda neste ano, logo após as eleições.

Pré-candidato à sucessão no Palácio do Planalto, Maia criticou a ideia do presidente Michel Temer. A avaliação do presidente da Câmara é de que a medida provocaria "insegurança" no andamento da intervenção. "Acho que o presidente está tratando de muitas variáveis que não controla", disse Maia ao jornal O Estado de S. Paulo. "Ele não controla o nome do novo presidente, não controla a agenda de campanha nem a da Câmara e do Senado", afirmou.

Mesmo com críticas à intervenção, Maia afirmou que a ação federal no Estado é necessária e está com o cronograma atrasado porque falta aprovar um projeto de crédito para a estrutura administrativa sair do papel. "Isso significa que o interventor (general Braga Netto) não conseguiu ainda nem usar aquele R$ 1,2 bilhão liberado para o Rio", comentou. "É preciso primeiro resolver isso para depois votar a reforma da Previdência. Uma coisa de cada vez."

Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), as mudanças na aposentadoria só podem ser votadas se a intervenção for revogada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Temer quer votar reforma após eleições

O presidente Michel Temer anunciou que, depois das eleições, pretende convidar seu sucessor para, juntos, tentarem aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano e, portanto, antes do início do futuro governo. Temer se diz convencido de que, seja quem for o presidente, terá de aprovar a reforma e o melhor será se puder já assumir sem esse peso e essa responsabilidade nas costas.

"Estou disposto a fazer um acordo com o futuro presidente, porque ainda dá tempo de aprovar a reforma da Previdência neste ano, em outubro, novembro e dezembro", disse Temer em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto, em que desfiou dados para comemorar os dois anos que seu governo completa neste sábado.

Ao falar em "sucessor", ele pode ter descartado a própria candidatura à reeleição, por ato falho ou não. A intenção do presidente é dar continuidade ao próprio projeto de reforma da Previdência que o seu governo apresentou e está em tramitação no Congresso, mas, na sua opinião, foi solapado pelas duas denúncias apresentadas contra ele pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Temer mantém a convicção de que, se não tivesse sido alvo de Janot e dessas denúncias, a história seria outra. Ou seja, a reforma já estaria aprovada.

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