O presidente do Senado, Eunício Oliveira - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente do Senado, Eunício OliveiraMarcelo Camargo/Agência Brasil
Por Agência Brasil

Brasília - Em meio ao calendário complicado e com a continuidade da paralisação dos caminhoneiros, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), convocou uma reunião extraordinária de líderes para a noite desta quinta-feira em Brasília. Como reação às críticas de que os senadores votariam somente na semana que vem o projeto que isenta tributos que incidem sobre o óleo diesel, Eunício retornou à capital federal às pressas, após cancelar a participação em um evento em sua base eleitoral.

A reunião de líderes foi convocada no início da tarde desta quinta-feira para as 19h. Além da Secretaria-Geral da Mesa, o próprio presidente do Senado telefonou a alguns líderes comunicando-os da agenda. A votação, porém, ainda não é consensual, porque as previsões financeiras feitas pelos deputados na noite de ontem no projeto aprovado estavam erradas. Ao aprovarem o projeto da reoneração de 28 setores da economia, os deputados incluíram o fim da cobrança do PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre o diesel até 31 de dezembro de 2018.

O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que há uma "expectativa" de convocar sessão deliberativa extraordinária para esta sexta-feira com o objetivo de apreciar o projeto que reduz neste ano a desoneração da folha de pagamento para 28 setores da economia, aprovado nesta quarta-feira, 23, na Câmara dos Deputados. A proposta também prevê zerar, até o final deste ano, a PIS-Cofins que incide sobre o óleo diesel. Cunha Lima não deu detalhes, no entanto, sobre qual deve ser o conteúdo analisado.

Cunha Lima ligou para todos os senadores para pedir que retornem à Brasília ainda nesta quinta-feira. A preocupação é que os parlamentares não tenham tempo hábil para chegar à capital federal. Um exemplo é o caso do líder do governo, senador Romero Jucá (MDB-RR), que está no interior de Roraima e corre risco de não conseguir retornar a tempo.

Cálculo errado na Câmara

A estimativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do relator do projeto, Orlando Silva (PCdoB-SP), era de que o impacto nos cofres da União seria de apenas R$ 3 bilhões neste ano. Já o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, apresentou uma conta diferente, e nesta manhã veio a público repetir que as contas indicam uma perda próxima a R$ 10 bilhões.

Diante do impasse e da continuidade do movimento dos caminhoneiros, que se reúnem na tarde desta quinta com o governo pelo segundo dia consecutivo, Eunício decidiu convocar os senadores para definirem um cronograma e evitar o agravamento da crise, que já gera desabastecimento em algumas regiões do país. As estratégias para a votação ainda estão indefinidas, já que se os senadores decidirem atender o governo e retirar a isenção do tributo pedida pelos caminhoneiros, a proposta pode ter que tramitar novamente na Câmara.

Por meio de sua conta no Twitter, o presidente do Senado disse que suspendeu uma agenda em Fortaleza ao lado do governador do Ceará, Camilo Santana (PT). O anúncio da liberação de cisternas já estava previsto na agenda de Eunício há mais de uma semana.

"Decidi voltar a Brasília, suspendendo agenda em que anunciaríamos investimentos para combater a seca no meu Ceará que já vive uma grave crise de falta d’água há seis anos. Em Brasília, retomaremos as negociações em torno das saídas possíveis para a greve dos caminhoneiros", escreveu.

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