Presidentes do Senado e da Câmara, Eunício Oliveira e Rodrigo Maia - Marcos Brandão / Senado Federal
Presidentes do Senado e da Câmara, Eunício Oliveira e Rodrigo MaiaMarcos Brandão / Senado Federal
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - Após o pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras, políticos e entidades se posicionaram para defender ou criticar a gestão do ex-ministro sobre a estatal. Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Federal, Eunício Oliveira (MDB-CE), reagiram de formas distintas. Enquanto Eunício comemorou, Maia lamentou e disse que a questão da redução dos preços dos combustíveis poderia ter sido resolvida "sem intervenção".

"Era o que a sociedade esperava", declarou o presidente do Senado. "Ele tinha muita credibilidade e estava fazendo um ótimo trabalho. A questão do preço dos combustíveis poderia ter uma saída sem nenhum tipo de intervenção", reagiu o presidente da Câmara, para quem o governo poderia ter resolvido a questão por meio de impostos regulatórios.

 

PSDB quer funcionário de carreira

Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, o deputado federal Nilson Leitão lamentou a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras. "Ele tinha uma ideia fixa de como recuperar a Petrobras depois da estatal ter ficado destruída com o governo Dilma, o que já estava acontecendo", disse o deputado.

Leitão afirmou que Parente é um "grande executivo", que repercutia segurança na política da Petrobras perante o mercado. "Agora precisa ser nomeado alguém de carreira da Petrobras, com formação técnica, que traga segurança para a política da Petrobras e para a sociedade", opinou o deputado, que não tem palpites sobre quem será nomeado para ocupar o cargo.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou por meio de nota, que a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras "não é algo a ser comemorado"."É fundamental agora que o governo federal seja ágil na sua substituição por um nome que sinalize na direção da continuidade do processo de saneamento da empresa", disse Aécio.

Força Sindical e FUP comemoram

Presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), a Força Sindical divulgou nota comemorando a saída de Pedro Parente do comando da Petrobras."A saída do presidente da Petrobras, Pedro Parente, só trará benefícios para a sociedade brasileira", inicia o texto.

"Pedro Parente vinha desenvolvendo uma política na empresa que prejudicava a classe trabalhadora. O 'ministro do apagão', como ficou conhecido no governo de FHC, dava clara demonstração de se curvar aos especuladores", afirma a Força Sindical.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa parte dos empregados da Petrobras, divulgou um vídeo no qual o coordenador geral da entidade, José Maria Rangel, comemora o pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da petroleira

"As manifestações dos caminhoneiros, dos verdadeiros caminhoneiros, e dos petroleiros conseguiram desnudar a fama de bom gestor do Pedro Parente. Ele foi causador do segundo apagão do país, que prejudicou imensamente a população brasileira, a sua política entreguista, a sua política de só olhar o mercado financeiro", declarou Rangel, no vídeo.

Os petroleiros da estatal iniciaram uma greve de 72 horas à zero hora de quarta-feira, mas o movimento perdeu força e praticamente foi encerrado no dia seguinte. Em nota, a FUP orientou sindicatos filiados a suspender a paralisação, acusando o Tribunal Superior do Trabalho (TST) de "criminalizar" o movimento sindical.

Pedro Parente entregou sua carta de demissão ao presidente Michel Temer durante reunião nesta sexta-feira no Palácio do Planalto. Na carta, o executivo afirmou que a greve dos caminhoneiros desencadeou "intenso" e "emocional" debate e colocou a política de preços da Petrobras sob "intenso questionamento". "Diante desse quadro, minha permanência na Petrobras deixou de ser positiva", declarou.

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