Candidata Marina Silva (Rede) - Reprodução/GloboNews
Candidata Marina Silva (Rede)Reprodução/GloboNews
Por O Dia

Rio - A pré-candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, participou, nesta terça-feira, de uma entrevista ao programa Central das Eleições, da GloboNews, onde discutiu sobre reforma trabalhista, alianças, imposto sindical, Reforma da Previdência e outros assuntos. 

Na entrevista, Marina disse que não vai revogar a reforma trabalhista, mas vai corrigir "pontos draconianos" da legislação. Entre eles, Marina citou a exposição de grávidas e lactantes a ambientes insalubres em caso de ausência de laudo médico e o ponto que diz que os custos de uma ação trabalhista serão pagos por quem perder o processo, o que, segundo ela, tem desestimulado os trabalhadores a entrarem na Justiça contra as empresas.

A pré-candidata criticou a reforma aprovada pelo governo Michel Temer porque, segundo ela, foi feita às pressas e sem discussão e, no fim, criou insegurança jurídica. Marina disse que manteria o fim do imposto sindical, mas que é preciso definir como os sindicatos vão existir e com que forma de contribuição.

Sobre a reforma da Previdência, a ex-ministra do Meio Ambiente evitou expor suas opiniões. Ela foi instada a falar sobre a idade mínima, mas disse apenas que propõe o debate sobre o assunto. "A minha opinião é de que devemos fazer o debate. Em relação à idade dos homens e mulheres, quero debater com os especialistas." Ela completou que os privilégios da aposentadoria dos militares têm de ser encarados.

Alianças

Sobre a aliança entre Rede e Podemos no Rio, beneficiando o pré-candidato ao Governo do Estado Romário (Podemos), Marina sugeriu ter ficado pouco satisfeita. "No Rio de Janeiro, eu queria manter a candidatura do Miro (Teixeira, deputado federal), mas ele resolveu que iria fazer aliança com o Romário. Meu palanque vai ser do Miro. Não estou em aliança com o Romário, o palanque dele é do Álvaro Dias (pré-candidato à Presidência do Podemos)", disse, negando ter um comportamento incoerente em relação as alianças.

Segundo ela, o posicionamento da Rede é de autonomia dos Estados "Diziam que a Rede seria o partido da Marina. Não sou dona da Rede. Dou a minha opinião, se sou ouvida, ótimo, mas entendo o partido como um movimento."

Outros assuntos

Veja outros assuntos que foram discutidos por Marina Silva, pré-candidata da Rede à Presidência da República, durante entrevista ao programa Central das Eleições, da GloboNews: 

Aborto: "Se for para ampliar para além disso [o que está previsto atualmente em lei], eu defendo que seja feito um plebiscito. [...] Eu sou contra [permitir o aborto até 12 semanas de gestação]. [...] Ninguém pode advogar que o aborto seja um método contraceptivo. [...] Não acho que um tema dessa complexidade, que envolve uma série de questões, de ordem ética, moral, de saúde pública, de ordem religiosa, deva ser decidido pelo Supremo".

Reforma da Previdência: "Sei que tem déficit e sei que é grande, mas precisa ter transparência. Há a necessidade, sim, de se fazer a reforma da Previdência. [...] A minha opinião é a de que podemos encarar a questão da idade mínima. Dentro da questão da idade mínima, obviamente a gente vai ter que reavaliar o tempo de aposentadoria".

Crise na Venezuela: "A Venezuela não é mais uma demcoracia. É preciso, cada vez mais, uma ação integrada entre países da América Latina para solução humanitária e, nas relações diplomáticas, encontrar um caminho para a Venezuela. Não advogo que a Venezuela é um país onde a democracia acontece".

Prisão após 2ª instância e foro privilegiado: "A prisão em segunda instância deve ser mantida porque é algo bom para o Brasil acabar com a impunidade. Mas tem que ser a [condenação em] primeira e em segunda instância com o fim do foro porque, senão, a gente cria dois pesos e duas medidas".

Reajustes para servidores: "Olhando para todos, os servidores públicos devem também fazer o seu sacrifício. Agora, isoladamente, fica injusto, ficam dois pesos e duas medidas. [...] O funcionalismo público deve dar a sua cota de contribuição para o momento difícil do país. Agora, não dá para pegar sempre o funcionário público como se fosse o bode expiatório e fazer vista grossa para um conjunto de todos os privilégios que estão aí".

Candidaturas avulsas: "Eu entendo o partido como um movimento. Eu não sou daquela visão que acha que o partido é o redentor. [...] Sou a favor de quebrar o monopólio dos partidos, [sou a favor de] ter candidaturas independentes. Porque, com o monopólio que eles [os partidos] têm, você não tem mais como inovar na política".

A pré-candidata disse ser favorável à redução de ministérios e à privatização de algumas empresas e afirmou ser contra a revisão da lei de anistia.

Com informações do Estadão Conteúdo 

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