Alexandre de Moraes ouviu denúncia de parlamentares - Carlos Moura / STF
Alexandre de Moraes ouviu denúncia de parlamentaresCarlos Moura / STF
Por O Dia

Rio - O ministro Alexandre de Moraes pediu vista do processo, ou seja, mais tempo para analisar, o julgamento do deputado Jair Bolsonaro (PSL), acusado de racismo pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Com isso a sessão foi suspensa, e o julgamento deve continuar na próxima terça-feira. O placar ficou empatado em dois a dois. 

O relator, ministro Marco Aurélio foi o primeiro a votar. Ele rejeitou a denúncia. Para ele, as afirmações do deputados sobre quilombolas foram infelizes, mas não configuram o crime, apenas crítica, estando protegidas pela imunidade parlamentar.

Na palestra, Bolsonaro disse: "Alguém já viu um japonês pedindo esmola por aí? Porque é uma raça que tem vergonha na cara. Não é igual essa raça que tá aí embaixo ou como uma minoria tá ruminando aqui do lado." Na ocasião, o parlamentar também afirmou que visitou um quilombola em El Dourado Paulista, onde "o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de reais por ano gastado com eles."

O segundo a votar foi o ministro Luís Roberto Barroso. Ele foi favorável ao recebimento da denúncia por incitação ao crime. Para ele, a forma como foram tratados negros e quilombolas nas declarações não estão cobertas pela imunidade parlamentar.

A ministra Rosa Weber também votou por receber a denúncia para averiguar se as afirmações do deputado Jair Bolsonaro (PSL) sobre negros e quilombolas configuram crime.

Quarto a votar, o ministo Luiz Fux acompanhou o relator e votou contra o recebimento da denúncia. Para ele, as afirmações de Jair Bolsonaro sobre negros e quilombolas são “extremamente infelizes”, mas estão no campo da liberdade de expressão.

Alexandre de Moraes é o último a votar. Ele pediu vista do processo, interrompendo o julgamento que deve ser retomado na próxima terça-feira. 

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