Rio - Dois estudantes resolveram se fantasiar de goleiro Bruno e seu ex-braço direito Macarrão (Luiz Henrique Ferreira Romão) para ir a uma festa universitária e provocaram revolta na internet e uma nota de repúdio da instituição de ensino onde estudam. O caso aconteceu na última quinta-feira em Inconfidentes, no Sul de Minas.
Com a legenda 'Fantasia raiz', um dos estudantes veste uma luva de goleiro e segura um saco preto, no qual se lê 'Eliza Samudio'.
A publicação foi compartilhada por milhares de usuários. "Nojo. Feminicídio não é piada, é coisa séria!", "Eu não acredito que alguém é capaz de fazer disso uma piada", dizem algumas das críticas.
O Instituto Federal do Sul de Minas em Inconfidentes (IFSULDEMINAS) divulgou nota de repúdio a qualquer ato que incite a violência de gênero, feminicídio ou qualquer outro tipo de crime. "Consideramos a apologia aos atos citados absolutamente inadmissível e isso não deve ser tratado, em hipótese alguma, como um tipo de brincadeira", diz a nota divulgada nas redes sociais.
Eliza Samudio desapareceu em 2010 e o corpo nunca foi encontrado, sendo Luiz Romão (Macarrão) condenado por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado. Ele foi acusado de ajudar o goleiro Bruno Fernandes a se livrar da vítima, com quem teve um filho e se negava a assumir a paternidade.
Bruno na época era jogador do Flamengo e o caso ganhou grande repercussão. O atleta foi condenado inicialmente a mais de 22 anos de prisão, tendo depois a pena caído para 20 anos e nove meses. Ele cumpria pena em Varginha, no Sul de Minas, até ser transferido em junho deste ano para uma Apac (Associação de de Proteção e Assistência ao Condenado) do município, onde é obrigado a estudar e trabalhar.
Macarrão deixou a cadeia em março deste ano. Ele cumpria pena no Presídio Doutor Pio Canedo, em Pará de Minas (MG), e obteve o direito de passar para o regime aberto. Luiz Henrique Ferreira Romão tenta refazer a vida na cidade de Pará de Minas, a 90 quilômetros da capital mineira. Macarrão e Bruno se conheceram quando Romão tinha 9 anos e desde então eram parceiros inseparáveis, até Macarrão declarar, em audiência em 2012, que Bruno acabou com sua vida.