Rio - A Polícia Civil de Porto Alegre investiga a agressão sofrida por uma jovem de 19 anos na noite de segunda-feira. Ela registrou Boletim de Ocorrência por ter sido agredida por três homens na rua Baronesa do Gravataí, bairro Cidade Baixa, na capital gaúcha. A vítima relatou que voltava para casa, quando, após descer do ônibus, foi abordada por agressores porque usava uma camiseta com os dizeres 'Ele Não', em referência ao candidato Jair Bolsonaro (PSL).
Enquanto dois homens teriam a segurado, o terceiro teria riscado sua barriga com um canivete, formando um desenho parecido com uma suástica, símbolo utilizado pelo nazismo alemão.
O caso é investigado pelo delegado Paulo César Jardim, da 1ª Delegacia de Polícia da Capital, Porto Alegre. O boletim, no entanto, foi registrado na 2ª DP, na terça-feira. Jardim disse que trabalha para apurar a autoria do crime de 'lesão corporal leve'. A moça vai prestar depoimentos.
Segundo a imprensa local, a estudante não quer ser identificada e se prepara para prestar provas de vestibular. Segundo a Rádio Guaíba, ela também teria sido agredida com socos. O delegado responsável pelo caso, no entanto, confirmou apenas a agressão com o canivete.
Mestre de capoeira é assassinado na Bahia
Na madrugada de segunda-feira, um mestre de capoeira foi assassinado após uma discussão política, em Salvador, na Bahia. Romualdo Rosário de Costa, de 63 anos, conhecido como Moa do Katendê, foi esfaqueado após discordar de um eleitor de Jair Bolsonaro. Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar.
Ao comentar o crime nesta terça-feira, Jair Bolsonaro, disse à imprensa que o suspeito cometeu um excesso. Bolsonaro lamentou o episódio e afirmou que não tem nada a ver com o caso, pois não tem controle sobre seus apoiadores.
“Pô, cara! Foi lá pergunta essa invertida... quem tomou a facada fui eu, pô! O cara lá que tem uma camisa minha, comete lá um excesso. O que eu tenho a ver com isso? Eu lamento. Peço ao pessoal que não pratique isso. Eu não tenho controle sobre milhões e milhões de pessoas que me apoiam”, disse o candidato.
Bolsonaro acrescentou que a violência vem dos simpatizantes de seu adversário. “A violência veio do outro lado, a intolerância veio do outro lado. Eu sou a prova, graças a Deus, viva disso aí”, disse.
O candidato petista à Presidência, Fernando Haddad repudiou o assassinato do mestre de capoeira na Bahia na terça-feira. "Nós estamos em um gesto estendendo a mão para que as regras de convivência sejam respeitadas, para que as pessoas não sejam molestadas, não sejam agredidas pelo que pensam. A liberdade de expressão tem que ser garantida pelo Brasil", finalizou o ex-prefeito de São Paulo.
O crime aconteceu dentro de um bar, na comunidade Dique Pequeno em Salvador. O autor do crime teria se aproximado e se identificado como eleitor de Bolsonaro. Após Romualdo se colocar contrário ao candidato do PSL à presidência, recebeu 12 golpes de faca. O suspeito foi preso e confessou o assassinato. Milena Calmon, delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) responsável pelo caso, disse que o autor do crime tinha envolvimento com outros dois casos de discussões, em 2009 e 2014.
O autor do assassinato informou que foi xingado e que estava consumindo bebida alcoólica desde o início da manhã de domingo, informou um comunicado da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia.
Romualdo viajava o Brasil ministrando oficinas sobre o afoxé, ritmo baiano com elementos da música africana. Ele era o coordenador geral do afoxé 'Amigos de Katendê'. Nas redes sociais, parentes e amigos lamentaram. "Mestre Moa Do Katendê, o senhor está vivo dentro dos corações de quem esteve perto e conheceu sua trajetória na capoeira, na música, e com a humanidade", escreveu um internauta.