Futuro governador, Wilson Witzel, durante sua primeira entrevista coletiva após eleito, no Hotel Ramada Encore Ribalta - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Futuro governador, Wilson Witzel, durante sua primeira entrevista coletiva após eleito, no Hotel Ramada Encore RibaltaEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por CÁSSIO BRUNO

Azarão na corrida para o Palácio Guanabara, o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), de 50 anos, é o novo governador do Rio de Janeiro. Ele foi eleito ontem com 4.675.355 de votos (59,87%). Favorito na disputa no início da campanha, Eduardo Paes (DEM) obteve 3.134.400 de votos (40,13%). Ao todo, 9.416.708 eleitores fluminenses compareceram às urnas. Do total, 346.970 (3,68%) votaram em branco e 1.259.983 (13,38%) anularam. Houve 2.984.852 (24,07%) abstenções.

O resultado marca o fim do domínio no estado do grupo político liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB), preso por corrupção na Operação Lava Jato. É também a segunda derrota consecutiva de Paes. Em 2016, ele não conseguiu eleger o deputado federal Pedro Paulo (DEM) para sucedê-lo na Prefeitura do Rio.

Wilson Witzel surpreendeu os adversários ao vencer o primeiro turno com uma diferença de 1,4 milhão de votos em relação a Paes, segundo colocado. Nas últimas pesquisas, a diferença entre o representante do PSC para o do DEM variava de 6 a 8 pontos.

"Foi uma vitória surpreendente. Três fatores foram fundamentais para elegê-lo: desgaste da política tradicional; a onda Bolsonaro, e por ser um candidato novato com um discurso voltado para a Segurança Pública e o combate à corrupção", avalia Felipe Borba, cientista político da UniRio.

Para o acadêmico, uma virada de Eduardo Paes era uma tarefa difícil apesar de sua experiência como prefeito do Rio durante oito anos.

"O Paes fez uma boa campanha, mas não conseguiu se descolar do seu antigo partido, o MDB, e de Sérgio Cabral. Acabou pagando o pato", ressalta Borba.

O MDB fazia parte da aliança de Paes nesta eleição. O ex-prefeito se desfiliou do partido e embarcou no DEM na tentativa de não prejudicar a campanha. Dos últimos quatro governadores do Rio, três foram presos: Rosinha e Anthony Garotinho (ambos PRP), que já estão soltos mas respondem a processos, e Cabral. O atual Luiz Fernando Pezão (MDB) é investigado pela Lava Jato.

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