Jair Bolsonaro - Divulgação
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Por AFP

Jerusalém - O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), declarou a um jornal israelense que planeja transferir a embaixada de seu país em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Se o fizer, o Brasil se tornará o terceiro país, depois da Guatemala e dos Estados Unidos, cuja decisão, rompendo com décadas de diplomacia americana, enfureceu os palestinos.

Questionado pelo jornal Israel Hayom sobre sua intenção de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, mencionada durante sua campanha eleitoral, Bolsonaro disse que Israel deveria ter liberdade para escolher sua capital.

"Quando me perguntaram, durante a campanha, se eu faria isso uma vez que me tornasse presidente, eu respondia que 'sim, cabe a vocês decidirem qual é a capital de Israel, não a outras nações'", declarou em uma entrevista publicada nesta quinta-feira por este jornal favorável ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Bolsonaro, de 63 anos, venceu no domingo o segundo turno da eleição presidencial após provocar indignação com comentários misóginos, homofóbicos e racistas.

Netanyahu estimou que a eleição do candidato do PSL "levaria a uma grande amizade entre (seus) povos e ao fortalecimento das relações entre Brasil e Israel".

Provavelmente, o primeiro-ministro israelense comparecerá à cerimônia de posse de Bolsonado em janeiro, segundo informou à AFP um funcionário de seu gabinete.

A questão da localização das embaixadas em Israel é particularmente sensível. O Estado judeu considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos aspiram tornar Jerusalém Oriental a capital do seu futuro Estado.

Para a comunidade internacional, o status da Cidade Santa deve ser negociado por ambas as partes e as embaixadas não devem se estabelecer lá até que um acordo seja alcançado.

Israel ocupa Jerusalém Oriental desde a guerra de 1967 e posteriormente a anexou, algo que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.

O presidente americano Donald Trump rompeu em dezembro de 2017 com décadas de diplomacia reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, cortou os laços com o governo Trump.

A embaixada americana foi transferida de Tel Aviv para Jerusalém em 14 de maio, antes de a Guatemala e o Paraguai anunciarem planos para seguir Washington. Assunção voltou atrás, dizendo que manteria a sua embaixada em Tel Aviv.

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