Rio - O Ministério Público do Estado de Goiás e a Corregedoria da Polícia Militar deflagraram na manhã desta quarta-feira a Operação Pacto de Silêncio e prenderam nove policiais militares investigados pela prática de crime de tortura, morte e ocultação de cadáver. Onze mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
Entre os investigados que tiveram prisão temporária decretada estão sete soldados e dois tenentes da Polícia Militar de Goiânia.
A investigação refere-se ao desaparecimento de Pedro Henrique Rodrigues (22 anos) em agosto deste ano, após uma abordagem feita pela Polícia Militar dentro de sua casa em Goiânia.
A mulher de Pedro Henrique, Islla Tamires Tavares de Melo, contou à TV Anhanguera à epoca que o casal dormia quando a casa foi invadida pelos policiais que, segundo ela, torturaram Pedro Henrique e o colocaram desmaiado dentro do carro da corporação.
Islla contou que o jovem foi preso em 2017 suspeito de tráfico de drogas, mas respondia ao processo em liberdade. Os agentes teriam invadido a casa dizendo que ele teria roubado um carro, procuraram uma suposta arma usada no crime, mas não encontraram nada.
“A gente estava dormindo, quando eu abri a porta do quarto eles [policiais] já estavam aqui dentro. Eles viram que não tinha nada, eu implorei, e eles pediram que a gente se retirasse lá para fora. Aqui [no quintal], eles levaram nós dois para sermos encostados na parede”, disse à TV.
Segundo a mulher, Pedro Henrique foi agredido por cerca de 30 minutos e, após desmaiar, foi colocado na viatura. Os policiais afirmaram que o levariam para ser atendido, mas o jovem ficou desaparecido.
Imagens de câmeras de segurança exibidas pela TV Anhanguera mostram que dois policiais conversaram com um vizinho no dia seguinte ao desaparecimento. Eles queriam as imagens de registro, segundo relatos da família.
