Joesley Batista deixa o IML, em São Paulo, após ser preso pela PF - WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Joesley Batista deixa o IML, em São Paulo, após ser preso pela PFWILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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O empresário Joesley Batista, da Friboi-JBS, voltou ontem para a cadeia. O vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB), foi preso na mesma operação, batizada de Capitu. A Justiça decretou a prisão deles e de outros 17 acusados de participar de um esquema de propinas para deputados e integrantes do Ministério da Agricultura.

Segundo a PF, "houve clara comprovação" de que Joesley e funcionários da JBS mentiram em suas delações para obstruir a Justiça. A forma disfarçada de agir de Joesley inspirou o nome da operação, que homenageia uma personagem de Machado de Assis supostamente dissimulada.

O esquema fez entregas de dinheiro em caixas de sabão e malas. Segundo a força-tarefa da Polícia Federal, Receita e Procuradoria, uma das maiores redes de supermercados do país, a BH, ajudava a lavar dinheiro do esquema, repassando valores ilícitos em dinheiro vivo e disfarçados em contribuições de campanha.

Só as doações "oficiais" nas eleições de 2014 totalizaram R$ 8,5 milhões.O inquérito tem como base a delação do doleiro Lúcio Funaro. Segundo o delator, a JBS teria repassado R$ 7 milhões para o grupo político do MDB da Câmara.

Desse valor, Andrade, ex-ministro da Agricultura e atual vice-governador de Minas, teria recebido R$ 3 milhões da propina de Joesley e outro R$ 1,5 milhão teria ido para Eduardo Cunha.

A JBS recebia em troca benefícios: R$ 2 milhões teriam sido pagos pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões pela proibição do uso de um inseticida. Um deputado federal teria recebido R$ 50 mil para dificultar as inspeções de frigoríficos por meio de uma emenda.

Um dos 17 presos na operação, o advogado Mateus de Moura Lima Gomes tentou descartar R$ 3 mil em dinheiro pela privada quando os agentes chegaram a sua casa, em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte (MG).

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