Rompimento de barragem em Brumadinho - Divulgação
Rompimento de barragem em BrumadinhoDivulgação
Por O Dia

Minas Gerais - Quase três anos depois do rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco (Vale e BHP), em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015, mais um desastre ameaça o Estado, com o rompimento de uma barragem da Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho, nesta sexta-feira.

"A primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco", disse a Vale em nota.

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou o desaparecimento de pelo menos 200 pessoas. O Hospital João XXIII, ligado à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), informou que, às 15 horas, duas vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, do sexo feminino foram atendidas no local. A unidade disse que elas estão conscientes e o estado de saúde é estável.

A mineradora informou que acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. "A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade", disse em nota.

A Vale se comprometeu ainda a continuar fornecendo informações assim que forem confirmadas.

Nas redes sociais, internautas relembram Mariana e lamentam.

Por meio do Twitter, o museu de Inhotim anunciou que começou a evacuar o Instituto por motivo de segurança

Prefeitura alerta 

A Prefeitura de Brumadinho emitiu comunicado de urgência pedindo para que a população mantenha distância do Rio Paraopeba. A mensagem, na página da prefeitura no Facebook, tinha quase 1.200 compartilhamentos até o momento. 

Ações

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) afirmou que enviou uma equipe do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) para verificar e avaliar, juntamente com outras autoridades ambientais do Estado, a extensão dos danos causados pelo rompimento de barragem de mineração na região de Brumadinho, a cerca de 50 km de Belo Horizonte.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, informou que acionou equipes para acompanhar a situação de Brumadinho (MG).

Barragem de rejeitos da mineradora da Vale se rompe e atinge Brumadinho, em Minas Gerais - Divulgação/Corpo de Bombeiros

O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, e o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, Armin Augusto Braun, deverão ir para o município mineiro ainda nesta tarde. O secretário está em Maceió (AL) aguardando a autorização para que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) seja direcionado para o deslocamento. A Secretaria informou que, caso isso não seja possível, uma passagem de voo comercial já foi providenciada.

Além disso, o órgão informou que está em contato constante com a Defesa Civil de Minas Gerais e de Brumadinho para levantar dados sobre socorro a vítimas. Um relatório com as primeiras informações será enviado à Casa Civil da Presidência da República.

Já o Ministério do Desenvolvimento Regional disse que, no momento, não é possível ter um levantamento sobre a extensão do rompimento e que não há outras ações imediatas além do envio dos integrantes da Secretaria Nacional e do contato com os órgãos municipal e estadual.

Ibama

O Ibama enviou uma equipe para Brumadinho, em Minas Gerais, tão logo foi informado sobre o rompimento da barragem da Vale. A equipe foi enviada a despeito do licenciamento da empresa ter sido feito pelo Eestado - mesmo caso da Samarco - e não pelo governo federal, em razão da gravidade do caso e também porque o rio em que houve o desabamento desemboca no São Francisco, administrado pela União.

Volume

Segundo informações do site da Vale sobre as barragens da região, a barragem 1 foi construída em 1976 e tem volume de 12,7 milhões de m³. Atualmente, a barragem não receberia material, pois o beneficiamento do minério na unidade é feito a seco, ainda de acordo com o site. O Ibama havia informado inicialmente que havia 1 milhão de m³ de rejeito no local. Para efeito de comparação, a barragem da Samarco que em 2015 se rompeu, soterrando o distrito de Bento Rodrigues e matando 19 pessoas, tinha 50 milhões m³ de rejeitos.

Relembre Mariana

Há mais de três anos, no dia 5 de novembro de 2015, uma barragem da mineradora Samarco se rompeu na cidade de Mariana, em Minas Gerais, naquela que ficou conhecida como a maior tragédia ambiental do país.  A lama invadiu os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu, deixou 19 mortos e incontáveis perdas para as famílias da região, que até hoje sentem perdas físicas e psicológicas.

Ruínas em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, dois anos após a tragédia do rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco - José Cruz/Agência Brasil

 

* Com informações do Estadão Conteúdo

 

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