Jean Wyllis - DIVULGAÇÃO
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Em meio a inúmeras tentativas de uma saída para o impasse na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro se declarou disposto a dialogar com o líder do Parlamento, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país, porém, sem sucesso, já que o opositor afirmou que não participará de um "falso diálogo". Mesmo com o apoio de México e Uruguai, que se ofereceram para mediar o diálogo, o acordo entre as duas partes parece distante, enquanto o governo brasileiro apoia a resistência de Guaidó.

Durante uma coletiva de imprensa no Palácio de Miraflores, Maduro afirmou que faz questão de ir ao encontro de Guaidó, para encerrar o impasse. "Estou comprometido com o diálogo nacional. Hoje, amanhã e sempre estarei comprometido e pronto para ir aonde tiver que ir. Eu, pessoalmente, se tiver que ir me encontrar com esse rapaz, eu vou", assegurou.

Já o opositor, em sua primeira aparição pública desde que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, declarou que não haverá chance para a conversa com Maduro. "A repressão, quando não lhes dá resultado, se torna um falso diálogo (...) O mundo e este regime devem ter muito claro: ninguém se presta aqui a falso diálogo", destacou Guaidó, que também se recusou a participar das negociações propostas por México e Uruguai.

Na quinta-feira, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, afirmou que está disposto a ajudar os líderes venezuelanos a encontrar a melhor solução para o país. "Se as partes solicitarem, estamos na melhor disposição de ajudar", disse.

O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, no entanto, declarou que rejeita a possibilidade de um acordo mediado por México e Uruguai. "Já passamos deste capítulo", afirmou o ministro, um dia depois de declarar que os diplomatas brasileiros irão ignorar as ordens de Maduro.

Juan Guaidó convocou uma nova manifestação para a próxima semana, ainda sem data. "Os que pensam que murchamos, vão ficar na vontade, porque aqui tem gente na rua por um tempo, até conseguirmos o cessar da usurpação, um governo de transição e eleições livres", convocou o opositor.

Rússia critica atuação dos EUA

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, criticou ontem, durante um encontro com o chanceler marroquino, Nasser Bourita, em Rabat, a política dos Estado Unidos com a Venezuela. Durante o diálogo, transmitido no site do ministério russo das Relações Exteriores, Lavrov declarou que "assim como com vários outros países", a política americana é "destrutiva" segundo o seu "ponto de vista". "Estamos vendo os chamados abertos a um golpe de Estado", acrescentou, completando: "Este comportamento dos Estados Unidos é inadmissível, viola os princípios da Carta da ONU e as normas da comunidade internacional".

O ministro russo ainda declarou que, caso haja uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão da Venezuela, a Rússia defenderá esta posição. O governo norte-americano pediu à ONU uma reunião para discutir a situação venezuelana. Nicolás Maduro indicou seu chanceler, Jorge Arreaza, para participar do encontro.

Na quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, expressou seu apoio ao governo de Nicolás Maduro, mantendo a promessa de investimentos no país.

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