Senador Renan Calheiros (MDB-AL)  - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Senador Renan Calheiros (MDB-AL) Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - Ao chegar ao Senado nesta manhã, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, que decidiu que a eleição para a presidência do Senado deve ser realizada pelo voto fechado.

"Não há eleição sem voto secreto porque teríamos influência deletéria da mídia, do poder econômico, do poder político, do Poder Judiciário. A democracia não caminha dessa forma", disse.

Durante a entrevista de Renan a jornalistas, na entrada do plenário, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) questionou Renan sobre outros momentos em que ele não aceitou decisões judiciais.

Renan defendeu que o voto secreto é um pressuposto universal em qualquer tipo de eleição e afirmou não saber como a sessão deste sábado se desenrolaria. O plenário está reunido neste momento para dar continuidade ao processo.

Aos jornalistas, Renan afirmou que é importante resolver este imbróglio rapidamente para que o Congresso possa avançar nos trabalhos, como a votação da reforma da Previdência.

"Eu disse ao Paulo Guedes ministro da Economia e a algumas pessoas do governo que a minha reforma é a mais profunda que puder. Que aproxime o sistema, que atualize tecnicamente a questão da idade e que fundamentalmente combata privilégios", disse.

Sobre as críticas de que seu nome representa a velha política, Renan afirmou que a renovação "é o resultado do que se faz, o resultado do que se conduz, é o que se fez ou deixou de fazer". "Não é um número que está na carteira de identidade da gente", disse.

Recurso

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) disse que os senadores avaliam entrar com recurso para questionar a votação para a escolha do presidente.

"Estávamos reunidos agora discutido e a assessoria jurídica do Senado deve sim entrar com recurso e estamos aguardando isso para decidir. Infelizmente não temos mesa, portanto estamos tentando buscar um consenso", disse Alcolunbre, acrescentando que tentaria presidir a sessão.

Ele disse que a maioria dos senadores querem votar hoje, mas o recurso pode não ficar pronto neste sábado e há possibilidade de que a votação seja contestada depois.

Os senadores entenderam que não há conflito ético em, mesmo a votação sendo secreta, eles declararem o voto.

Senadores reunidos no gabinete de Tasso Jereissati (PSDB-CE) cogitam a possibilidade de adiar a sessão de hoje para terça-feira. A senadora Simone Tebet (MDB) acabou de sair da reunião, mas não falou com a imprensa. Seguem reunidos Davi Alcolumbre (DEM-AP), Major Olímpio (PSL-SP), Soraya Thronicke (PSL-MS), Otto Alencar (PSD-BA), Antonio Anastasia (PSDB-MG, Roberto Rocha (PSB-MA), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Eduardo Girão (PROS-CE). A senadora Leila do Vôlei (PSB-DF) acaba de chegar para o encontro.

Pressão

Após o relógio marcar 11h, senadores começaram a pressionar a segurança do Senado Federal - abrir o acesso ao Plenário. Corria o rumor de que Alcolumbre pudesse ter impedido a abertura das portas.

O presidente em exercício do Senado, José Maranhão (MDB-PB), declarou aberta, por volta das 11h45 deste sábado, a sessão. Assim que abriu os trabalhos, Maranhão solicitou que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) fizesse a leitura da decisão judicial do Supremo Tribunal Federal, que decidiu que a eleição interna deve ser feita com votação secreta.

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