Diretor de Tropa de Elite 1 e 2 e criador da série Mecanismo, da Netflix, José Padilha diz que errou ao acreditar em independência de Moro em governo Bolsonaro - Reprodução/ Flickr/ Gage Skidmore
Diretor de Tropa de Elite 1 e 2 e criador da série Mecanismo, da Netflix, José Padilha diz que errou ao acreditar em independência de Moro em governo BolsonaroReprodução/ Flickr/ Gage Skidmore
Por O Dia

São Paulo - Um artigo do diretor do filme Tropa de Elite, José Padilha, é o assunto mais comentado do Twitter nesta terça-feira. O cineasta, que fez a série 'O Mecanismo', da Netflix, baseada na Operação Lava Jato, disse que errou ao acreditar na independência política de Sergio Moro. Ele disse que o pacote anticrime do ministro da Justiça é pró-milícia.  "Sergio Moro foi de 'samurai ronin' a 'antiFalcone'. Seu pacote anticorrupção é, também, um pacote pró-máfia", assinou em seu texto publicado no jornal Folha de São Paulo nesta terça-feira.

Apoiador do ex-juiz federal e da Operação Lava Jato, Padilha disse que foi um erro de Moro equiparar milícias e facções criminosas. Ele diz que o ministro sabe que os grupos paramilitares são controlados por agentes do estado corruptos e dominam bases eleitorais. 

"Sergio Moro finge não saber o que é milícia porque perdeu sua independência e hoje trabalha para a família Bolsonaro. Flávio Bolsonaro não foi o senador mais votado em 74 das 76 seções eleitorais de Rio das Pedras por acaso...", insinua. O bairro sofre com a atuação da milícia há décadas.

O diretor de Tropa de Elite 1 e 2 disse que o pacote anticrime do ex-juiz federal é razoável no que tange ao combate à corrupção corporativa e política, mas absurdo na repressão às milícias. "De fato, é um pacote pró-milícia, posto que facilita a violência policial", escreve.

Ele acrescenta que a chamada 'exclusão de ilicitude', defendida na campanha de Bolsonaro e prevista no pacote, vai fazer com que o número de casos de violência policial julgados caia a zero. Este ponto do projeto de Moro prevê que a Justiça reduza pela metade a pena ou deixe de cumpri-la contra excessos policiais, se o agente alegar "medo, surpresa ou violenta emoção” ou, que realizava “ação para prevenir injusta e iminente agressão”. 

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