Atos foram convocados por todo o Brasil - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Atos foram convocados por todo o BrasilReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - Deputados que haviam se reunido com o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta terça-feira disseram após o encontro que o governo iria rever o bloqueio de recursos no orçamento da Educação. A informação, porém, foi desmentida em seguida pela Casa Civil, pelo Ministério da Educação e pela equipe econômica.
Líderes de quatro legendas, entre eles do partido do próprio presidente, disseram que Bolsonaro telefonou para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e determinou que novos cortes deixem de ser feitos.
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A informação foi dada pelos líderes do PSL, Delegado Waldir (GO), do Novo, Marcel Van Hattem (RS), do Podemos, José Nelto (GO), e do Cidadania, Daniel Coelho (PE). "O presidente falou que não haverá contingenciamento na pasta da Educação", disse Diego Garcia (Podemos-PR), que participou da reunião. Estavam presentes ainda parlamentares de PV, PSC e Patriota. A reunião ocorreu às 18h, logo após a Câmara aprovar a convocação de Weintraub para dar explicações sobre o corte no orçamento.
Após deputados narrarem a ordem de recuo no MEC, a Casa Civil desmentiu em nota: "Não procede a informação de que haverá cancelamento do contingenciamento no MEC. O governo está controlando as contas públicas de maneira responsável".
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O MEC afirmou que a ligação entre o presidente e o ministro nem sequer existiu. Após a confusão, Weintraub dirigiu-se ao Planalto para falar com o presidente. Segundo a pasta, Bolsonaro disse a ele que o bloqueio será mantido. O Ministério da Economia afirmou em nota que a Presidência não pediu revisão no contingenciamento.
A reportagem procurou novamente os líderes. Van Hattem se disse "surpreso" com o desmentido. Garcia também reafirmou ter visto o telefonema. O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, enviou o seguinte esclarecimento: "O presidente disse que, se dependesse dele, não haveria corte em nenhum ministério. Contudo, afirmou sermos escravos da lei de responsabilidade fiscal". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Paralisação deve atingir 75 instituições federais; MEC não descarta novos cortes
Pelo menos 75 das 102 universidades e institutos federais do país convocaram protestos para esta quarta-feira em resposta ao bloqueio de 30% dos orçamentos determinado pelo Ministério da Educação (MEC). Eles terão apoio de universidades públicas estaduais de diversos Estados - incluindo São Paulo, onde os reitores de USP, Unicamp e Unesp convocaram docentes e alunos para "debater" os rumos da área. Um dos alvos do protesto, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse nesta terça-feira, 14, que as universidades precisam deixar de ser tratadas como "torres de marfim" e não descartou novos contingenciamentos.