"Não estamos aqui para defender os nossos interesses, estamos aqui para defender os interesses dos Estados", afirmou Marcos do Val, manifestando "tristeza" pela possibilidade de o Congresso anular os efeitos do decreto assinado pelo presidente da República. "Vejo os senadores que não trafegaram nessa área (segurança pública) e são de outra área indo no achismo e o brasileiro é penalizado por isso. Fico pensando naquele pai que vai ter sua vida ceifada, deixando seus filhos órfãos, como é que os senadores vão ficar em relação isso", comentou.
O argumento do relator é que as normas editadas por Bolsonaro em um decreto já faziam parte de parâmetros internos da Polícia Federal. Se o decreto for anulado pelo Congresso - o texto ainda precisa passar pelo plenário do Senado e pela Câmara - ele sugere que o governo encaminhe um projeto de lei com as mesmas regras.
O líder do PSL, Major Olimpio (SP), também reagiu à tentativa de derrubar o decreto de Bolsonaro. "Não é uma derrota do Palácio do Planalto, na minha visão, é uma derrota para a legítima defesa do cidadão de bem, para a população porque mais uma vez nós só vamos deixar para o criminoso a garantia que a possibilidade de ele sofrer um revés diminui", afirmou.
Autor de um dos projetos que anula o decreto presidencial, o líder da minoria, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a votação na CCJ foi uma ação "civilizatória" porque Bolsonaro teria "liberado geral" o armamento para a população. "Temos um acordo amplo entre todos os partidos, então eu creio que hoje o Senado dará uma resposta afirmativa em prol da civilização, em prol da humanidade. O presidente Bolsonaro tem inaugurado uma política da morte."
Na votação, os senadores da CCJ rejeitaram, por 15 votos a nove, o relatório do senador Marcos do Val que era favorável ao decreto. Houve votos de senadores do PP, MDB, PSB, PDT, Rede, PT, PSDB para derrubar o decreto.