"Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy", disse o presidente neste sábado. "Falei para ele: (Levy) demite esse cara na segunda (dia 17) ou eu demito você (Levy) sem passar pelo Guedes (ministro da Economia)", afirmou o presidente.
Bolsonaro deu a declaração ao sair do Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência, em direção à base militar, de onde parte para Santa Maria (RS), onde participa de uma cerimônia militar.
"Governo tem que ser assim: quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e que ele conhece a meu respeito, ele (Levy) está com a cabeça a prêmio há algum tempo", continuou o presidente.
Ao ser questionado por uma jornalista se estava demitindo publicamente o presidente do BNDES, Bolsonaro negou. "Você tem problema de audição?", questionou à repórter.
Na sexta-feira, durante café da manhã com jornalista, Bolsonaro demitiu o presidente dos Correios, general Juarez Cunha, por ter se comportado como "sindicalista" em ser contrário à privatização da estatal, avalizada pelo presidente.
Agora, o que irritou Bolsonaro foi o presidente do BNDES ter colocado Pinto - que já tinha trabalhado como assessor do BNDES durante o governo PT, de 2005 a 2007 - na diretoria que terá como foco a venda de participações da BNDESPar, braço de participações do banco de fomento.
O próprio Levy foi ministro da Fazenda de Dilma entre 1º de janeiro e 18 de dezembro de 2015, primeiro ano do segundo mandato da petista.