"Fico preocupada com a histeria que hoje existe na imprensa brasileira em falar mal do Brasil. Isso é crime lesa-pátria que se comete. Tanto no problema ambiental... Qual país não tem esse problema?", perguntou ela. "Principalmente com a Amazônia. Como se pudéssemos ter controle absoluto. E os recursos enviados para o Brasil nem sempre vão para o que é necessário. Tem de se colocar dinheiro aqui, mas não interferir na soberania do nosso País. Também sofremos campanha de resíduos que inexiste. O Brasil faz parte de todos os acordos internacionais, exporta para todos os países e raramente temos cargas devolvidas por problemas de resíduos."
Tereza Cristina não descartou a possibilidade de boicote internacional a produtos brasileiros por questões ambientais: "Não posso descartar porque não sou eu que faço boicote."
A ministra destacou, entretanto, que acha exagerado ligar os produtos agrícolas brasileiros à queimadas. "O problema existe e o Brasil sabe disso. Há preocupação com queimadas - que acontecem todos os anos -, mas acho oportunismo dizer que isso tem relação com os produtos brasileiros", argumentou.
Ela disse ainda que, apesar do aumento nos últimos meses, o avanço das queimadas em todo o ano de 2019 não é tão alto. A ministra não falou sobre o desmatamento ou sobre o fato de o período de estiagem na região ser mais brando até o momento em 2019. "É exagero comparar dados referentes apenas a um mês."
'Compromisso com a sustentabilidade'
Segundo Tereza Cristina, o Brasil concilia produtividade e sustentabilidade na produção agrícola. "O caminho que o Brasil escolheu trilhar é o da ampliação da produtividade promovendo a sustentabilidade ambiental, econômica e social. O Brasil tem uma das legislações ambientais mais avançadas do mundo, o Código Florestal, que é referência e reforça o compromisso de seguir o caminho da sustentabilidade", afirmou em outro evento em São Paulo, o 4.º Diálogo Brasil-Japão.
A ministra afirmou também que é preciso mostrar ao mundo que o Brasil produz alimentos com sustentabilidade. "Os exigentes compradores globais precisam ser informados sobre a realidade da produção dos alimentos no Brasil - desde sua origem nas fazendas até a mesa do consumidor. É fundamental que o mundo conheça o exemplo que a agricultura brasileira tem a dar em aspectos ambientais, sociais e trabalhistas."