Érika Kuasne, 36, enterrou o filho de nove anos neste fim de semana depois de receber, por telefone, uma mensagem do menino se despedindo pouco antes de morrer - Reprodução
Érika Kuasne, 36, enterrou o filho de nove anos neste fim de semana depois de receber, por telefone, uma mensagem do menino se despedindo pouco antes de morrerReprodução
Por iG
Érika Kuasne, 36, enterrou o filho de nove anos neste fim de semana depois de receber, por telefone, uma mensagem do menino se despedindo pouco antes de morrer: "Adeus, mãe ". O ex-marido, o motorista de aplicativo Marco Antônio Alves Marcondes , 45, jogou o carro contra uma carreta na PR-445, em Londrina (PR), na última sexta-feira (13). A mulher conta que chegou a ter medida protetiva contra o ex e que ele já havia tentado matar o filho do casal, quando o menino ainda era um bebê.
Durante as três horas em que Marcondes dirigia o Chevrolet Classic branco pela PR-445, ele enviou mensagens de texto e áudio para a ex, após raptar a criança. Erika tentou salvar a vida do filho enquanto, paralelamente, tentava ajuda da Polícia. Nas mensagens, ele deixava clara a intenção de fazer mal a si e à criança:"Reza bastante, reza. (...) Eu vou dessa para pior, mas vou feliz porque sei que você vai sofrer", dizia algumas da mensagens às quais o iG teve acesso.
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Ele torturou psicologicamente meu filho por três horas”, conta Érika, que decidiu se separar há três anos por não aguentar mais as agressões. Segundo ela, o homem não pagava pensão, mas costumava buscar o filho para passear.

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Érika Kuasne, 36, enterrou o filho de nove anos neste fim de semana depois de receber, por telefone, uma mensagem do menino se despedindo pouco antes de morrer Reprodução
Erika Kausne e seu filho, Gabriel, de 9 anos Reprodução/ Facebook
Erika Kausne e seu filho, Gabriel, de 9 anos Reprodução/ Facebook


A mãe também relembra que Marcondes tentou matar o menino Matheus quando ele ainda era um bebê. “Chegou bêbado, me agrediu e tentou bater no meu filho. E ninguém me ajudava, ninguém acreditava em mim. Do portão para fora de casa ele era o amigão e ninguém desconfiava do que eu passava”.
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Érika conta que procurou a delegacia na quarta-feira anterior ao crime, 11 de setembro, depois de ser obrigada a entrar no carro de Marcondes e acabar agredida. “Vi que a medida protetiva tinha se expirado. Essas denúncias não resolvem muito. A gente fica à mercê do homem violento, que diz que vai mudar, que ama”, desabafa. “Eu sabia que ele queria me machucar, mas não nosso filho.”
Segundo ela, Matheus passou a ter medo do pai. “Ele reclamava que gritava com ele e falava mal de mim, me xingava”, diz. E foi nesses últimos dias que Matheus revelou um sonho. “Ele falava que queria ser policial para me defender do pai dele.”
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Luto
Ainda sem conseguir voltar à casa onde criava o caçula - ela tem uma filha de 18 e outro de 14 -, Érika parece não acreditar que o fim de semana vai ficar marcado pela dor de sepultar o filho que, apesar do medo, amava o pai. “Ele ficava doente se passasse muito tempo ser ver o Marco”.

Velado e sepultado no sábado (14), o rosto apavorado do menino passou de mão em mão em celulares onde aparece em dois vídeos gravados poucos minutos antes de morrer. “Todo mundo achava que tinha sido um acidente. Não foi. Eu provei que ele tinha me ameaçado e provocado a morte do nosso filho. Tanto que não apareceu ninguém da família dele no velório. Meu filho foi assassinado”, disse.