Cristina Pinheiro - Divulgação
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Por Cristina Pinheiro Médica do trabalho na Braskem

O sarampo é uma doença causada pelo vírus Morbili. Como toda doença viral, uma vez infectado, não existe um tratamento específico para o paciente, cabendo somente acompanhamento médico, pois há possibilidade de complicações sérias, como pneumonia e encefalite, que podem até levar ao óbito. Contextualizando o panorama da enfermidade, de acordo com a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), antes da introdução da vacina em 1963, a cada dois ou três anos eram registradas importantes epidemias de sarampo, que chegaram a causar aproximadamente 2,6 milhões de mortes ao ano. Com isso posto, podemos afirmar que houve um marco divisor na história da epidemiologia do sarampo após a introdução do agente imunizador.

Apesar de existir uma maneira eficaz e segura de se proteger da doença, é perceptível uma tendência mundial no aumento do número de casos, conforme o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS). O sarampo ainda é comum em muitos países em desenvolvimento, particularmente em partes da África e da Ásia, sendo a maioria esmagadora dos casos de morte registrados em nações de baixa renda per capita e infraestrutura de saúde mais frágil. O Brasil conseguiu, por um tempo, ficar fora deste cenário e em 2016 recebeu um importante título de saúde concedido pela OPAS, que o certificava como "país livre do sarampo", já que não haviam mais casos confirmados para o período. No entanto, o título foi perdido este ano com o avanço da doença em nosso território. Mas, por que perdemos essa chancela? O que teria tornado nossa população frágil e suscetível a um vírus que já havíamos praticamente eliminado? Certamente a resposta à essa pergunta não é simples.

Porém, a solução pode ser: manter a cobertura vacinal alta deve ser meta dos órgãos responsáveis, as campanhas de comunicação sobre a importância da prevenção devem ser contínuas e oriundas de órgãos com credibilidade. Evitar a propagação de notícias falsas, as famosas "fake news", é um grande passo para voltarmos ao status anteriormente alcançado. Muitos pais, a maioria bem-intencionados, buscando a preservação da saúde de seus filhos, acabam acreditando em informações irresponsáveis que ainda circulam na internet.

Um exemplo recente de disseminação de informações erradas, foi a publicação de um estudo pela Revista Lancet, da Inglaterra, que associava a vacina tríplice viral ao autismo. Nesse caso, foi comprovada a fraude com a exposição de interesses financeiros por trás dessa notícia. A revista se retratou publicamente e retirou seu aval para o estudo, mas a repercussão de dados falsos vem crescendo e alcança uma escala muito maior do que a retratação posterior.

A questão da disseminação de conteúdo inverídico sobre saúde é tão preocupante que recentemente o Ministério da Saúde criou um canal no aplicativo de conversas online WhatsApp, por meio do número (61) 99289-4640, para responder diretamente ao usuário se a informação é falsa ou se procede. Vamos nos informar, é pela saúde de todos. Fica a dica!

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