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A adolescente sueca Greta Thunberg, de 16 anos, tornou-se a voz de uma geração de jovens preocupados com os efeitos climáticos ao cruzar o Atlântico para discursar para a Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), na última segunda-feira. Já indicada ao Nobel da Paz deste ano, a ativista que mora em Estocolmo, capital da Suécia, atravessou o oceano em um veleiro com zero emissão de carbono e deu voz a um poderoso discurso para líderes de 60 países.

Até o Brasil entrou na mira de Greta, que viralizou nas redes sociais após apresentar uma queixa formal ao Comitê dos Direitos da Criança ONU, com outros 15 jovens com idades entre 8 a 17 anos. Ela colocou o dedo na ferida, criticando o país por não fazer o suficiente para proteger as crianças dos efeitos da crise climática.

Ela já foi diagnosticada com Síndrome de Asperger, um transtorno do espectro autista caracterizado pelas dificuldades de interação social e interesses obsessivos por assuntos específicos. "Meu diagnóstico, definitivamente, me ajudou a manter o foco", disse a sueca, em entrevista ao canal norte-americano CNN. Caso vença o Nobel, Thunberg se tornará a pessoa mais jovem a ganhar o prêmio.

Greta ouviu sobre os efeitos do aquecimento global pela primeira vez quando tinha apenas 8 anos. Na época, estava no ensino fundamental. Aos 11, o assunto a abalou tanto que ela chegou a entrar em depressão profunda. Passou dois meses sem comer e chegou a perder 10 quilos na época. Mas foi no ano passado, aos 15 anos, que a menina de tranças começou a discutir o tema com seriedade. Em agosto de 2018, passou a faltar a escola para protestar em frente ao parlamento sueco todas as sextas-feiras. Logo nos primeiro dias, influenciou outros jovens preocupados com a causa.

influência dentro de casa

Ao jornal britânico The Guardian, a menina chegou a dizer que, apesar de ter sido julgada pela greve escolar, continuava a ler livros sobre o tema. "O que eu vou aprender na escola? Os fatos não importam mais. Se os políticos não estão ouvindo os cientistas, então por que devo aprender?", cutucou. Além disso, Greta é vegana. E já convenceu a família a parar de consumir carne. Ela também se considera uma menina tímida. Mas forte.

O protesto de Greta, transmitido pelas redes sociais, atravessou fronteiras e deu nome ao movimento global "Sextas-feiras para o futuro". Em 15 de março deste ano, milhões de jovens foram às ruas em mais de 1.700 eventos em 106 países, para uma greve mundial de estudantes contra o aquecimento global. Desde então, Greta Thunberg se tornou a porta-voz dessa juventude. Já conta com mais de 6 milhões de seguidores no Instagram e outros 2 milhões no Twitter.

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