O caso que deu origem à investigação aconteceu há cerca de 45 dias. Segundo a Polícia Civil, a jovem teria ido sozinha à boate e procurado por homens com sinais de embriaguez. A vítima foi um executivo baiano, de 37 anos, que teria sido dopado pela suspeita.
Após deixar o homem incapaz de reagir, ela teria conseguido contratar um empréstimo consignado de R$ 30 mil usando o aplicativo do celular da vítima. Também conseguiu fazer outras transações financeiras e distribuiu os valores roubados para contas bancárias de seis pessoas diferentes.
"A vítima acordou na Avenida Paulista às 8 horas da manhã, sem saber onde estava ou por que estava ali. (O homem ficou) totalmente fora de contexto, havia apagado em um ponto de ônibus", disse o delegado Roberto Monteiro de Andrade Junior, titular da 1ª Seccional.
Segundo os investigadores, a suspeita nega que tenha sedado o executivo. "Ela diz que induz a pessoa a consumir tequila, que tem alto teor alcoólico, e isso leva a pessoa a ficar nesse estado. Mas isso não condiz com a realidade, nós temos certeza que ela coloca alucinógeno, sim."
Os destinatários das transferências foram alvo de mandados de busca e apreensão nesta segunda. No decorrer do inquérito policial, eles podem ser indiciados por associação criminosa. "Essas pessoas foram levadas para a delegacia hoje e foram ouvidas. A princípio, falaram que foram aliciadas para ganhar um porcentual do valor depositado, mas isso ainda requer investigação para ver se é verdade ou não", afirmou o delegado Fabio Daré.
A mulher trabalha como promoter de uma empresa em Guarulhos, na Grande São Paulo, e foi presa em casa na zona leste da capital. Ela vai responder por crime de roubo circunstanciado, que prevê pena de quatro a dez anos de prisão.
Em depoimento, a promoter alegou ter realizado o "Boa Noite, Cinderela" pela primeira, segundo a Polícia Civil, mas os investigadores acreditam que ela pode estar ligada a outros golpes. Neste ano, a região central já registrou 28 casos semelhantes, segundo dados da Seccional.