latuff - divulgação
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Por O Dia

Rio - O Partido dos Trabalhadores entrou ontem com uma representação contra o deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP), no Conselho de Ética da Câmara, em razão do episódio ocorrido anteontem, véspera do Dia da Consciência Negra, quando o parlamentar quebrou um quadro com dados sobre o genocídio negro e uma charge do cartunista Latuff. A obra mostrava um policial, que teria atirado em um jovem negro. Segundo a representação assinada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o deputado teria quebrado o decoro parlamentar.

Na terça-feira, segundo o colunista da revista Época Guilherme Amado, 14 deputados, de quatro partidos de oposição, haviam protocolado documento pedindo que a Procuradoria Geral da República (PGR) apure se Coronel Tadeu, além de Daniel Silveira (PSL), cometeram racismo. Silveira é o mesmo que quebrou uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada no ano passado no Rio de Janeiro. Ele teria dito, em defesa de Coronel Tadeu, que não atribuíssem à PM do Rio "as mortes porque um negrozinho bandidinho tem que ser perdoado".

Exposição

A placa com a charge compunha exposição em homenagem ao Dia da Consciência Negra, na Câmara. A peça tinha os dizeres "O genocídio da população negra" e uma explicação com dados do Instituto de Pesquisa Econômica sobre mortes de jovens negros.

"O cartaz era ofensivo aos policiais. (...) Estou feliz em estar na Câmara defendendo os policiais que foram agredidos", disse Tadeu ao site Congresso em Foco.

Após o ato de vandalismo na exposição, o deputado declarou ontem, ao Jornal do Brasil, que negros morrem mais em confronto com a polícia pois são maioria no tráfico: "O tráfico absorve uma boa parte das pessoas que moram nas comunidades, e a maioria é de origem negra. Em confronto com policiais, as que estão no tráfico acabam sendo vitimadas. Se a maioria é negra, o resultado só pode ser esse".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, condenou o ato do deputado Tadeu e disse que o caso não pode virar precedente. À Agência Brasil, Maia afirmou que vai avaliar a recolocação da placa na exposição.

 

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