Damares Alves não teve apoio do Ministério da Saúde para a campanha pela abstinência - divulgação
Damares Alves não teve apoio do Ministério da Saúde para a campanha pela abstinênciadivulgação
Por O Dia

Brasília - Sem apoio do Ministério da Saúde para campanha mais enfática sobre abstinência sexual, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, quer desenvolver o "Plano Nacional de Prevenção ao Risco Sexual Precoce" por conta própria. Para isso, vai testar a iniciativa em três cidades do Norte e Nordeste. Lançada esta semana, a campanha da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez Precoce foi tímida sobre o tema, já que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é contra usar o termo "abstinência sexual" como método contraceptivo.

O ministério de Damares informou que contratará consultorias especializadas no país e exterior. Em nota, a pasta informou que tem a intenção de implantar "projetos-pilotos" da iniciativa em três cidades brasileiras que apresentem altas taxas de gravidez na adolescência e que "provavelmente" isso acontecerá no Norte e Nordeste.

Cerca de 930 adolescentes entre 15 anos e 19 anos dão à luz todos os dias, segundo dados do Ministério da Saúde. No ano passado, o número total de mães adolescentes chegou a 435 mil. Quando consideradas as gravidezes entre meninas de até 14 anos, o número subiu a quase 480 mil.

De acordo com o Ministério da Mulher Família e Direitos Humanos, os "projetos-piloto" nos três municípios servirão para coleta de dados.

Só depois seria elaborada uma política pública de âmbito nacional para tentar retardar o início das relações sexuais entre pré-adolescentes e adolescentes.

 

Quase metade dos estupros
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Dados divulgados ontem pela GloboNews mostram que em São Paulo, dos 20.579 casos de crimes contra a dignidade sexual, 47% (9.625) tiveram como vítimas pessoas vulneráveis (menores de 14 anos). Pelos números da Secretaria da Segurança Pública, o estado teve média de registro de crime sexual a cada 26 minutos.
A Defensoria Pública da União e a Defensoria de São Paulo pediram aos ministérios da Saúde e ao da Mulher que não veiculem a campanha que prega abstinência sexual entre adolescentes.
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O argumento é o de que pregar abstinência não tem nenhum suporte científico e que há pesquisas nacionais e internacionais que demonstraram a ineficiência desse tipo de política.
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