Jair Bolsonaro na porta do Alvorada - Carolina Antunes/ PR
Jair Bolsonaro na porta do AlvoradaCarolina Antunes/ PR
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro distribuiu alfinetadas aos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, na manhã desta quinta-feira. Segundo Bolsonaro, os dois governadores o colocaram como "obstáculo" para uma possível disputa à presidência em 2022.
"Me elegeram como alvo: 'Tenho que derrotar essa cara. Se ele vier candidato, vai ele e o PT para o segundo turno... e aí estamos fora'", disse o presidente na saída do Palácio da Alvorada.
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Ao falar de Witzel, Bolsonaro ironizou a crise da água da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). "Em vez de mostrar o serviço deles... pergunta para o Witzel como é que está a água do Rio de Janeiro. Alguém quer tomar um copo de água do Rio de Janeiro aí?. Agora botaram detergente na água, olha que coisa linda. Agora, problema dele, eu não vou dar pancada nele. Ele que tem que resolver", disse Bolsonaro.

O presidente citou a possibilidade da abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa para investigar os problemas com a qualidade da água. "Parece que tem uma CPI tomando forma lá na Assembleia Legislativa? A CPI não tem que ser para perseguir governador, tem que perseguir a verdade. O que aconteceu com a Cedae? Houve loteamento? Houve negligenciamento?", indagou.

Bolsonaro disse também que é "diferente" de outros políticos e que, perto deles, "é miserável". "Eu sei que eu sou um cara diferente de alguns políticos que temos no Brasil. Eu sou um cara pobre, miserável, pô. Se bem que eu sou mais rico que 98% da população. Eu sei disso, mas perto desses caras eu sou pobre e parece que meu cheiro não faz bem para eles. Minha plumagem é diferente da deles. Façam sua parte, se dediquem."
Bolsonaro reagiu à declaração de Doria de que a postura de Bolsonaro ao desafiar governadores sobre mudanças na regra do ICMS é populista. 
Ele também voltou a reclamar que o governador de São Paulo usou o seu nome na última campanha estadual, e depois se posicionou contra ele. "Ele usou o BolsoDoria o tempo todo. Estava pau a pau com o França (Márcio França, então candidato). Fui útil até aquele momento", reclamou.