
Matheus Nachtergaele, ator que interpretou Mojica na série Zé do Caixão, em 2015, afirmou ao Estado: "O Mojica, nosso Zé do Caixão, foi um artista brasileiro, autodidata, um cineasta que criou um personagem tão emblemático quanto o Carlitos, do Charles Chaplin. Fiquei sabendo que ele faleceu e estou muito, muito comovido hoje."
"Eu tive a honra de homenagear o Mojica na série Zé do Caixão, do Vitor Mafra, e aprendi a amá-lo profundamente. Para fazer o personagem estudei toda a obra dele e conheci um pouco da vida desse homem que botou os dois pés na jaca da vida", prosseguiu.
Em seguida, concluiu: "Como todo artista brasileiro, o Zé sobreviveu aos altos e baixos, a todas as políticas, fazendo filmes de arte, filmes de muita bilheteria e pornochanchadas, filmes competitivos na boca do lixo nos momentos mais difíceis. Vale a pena conhecer a obra de Zé do Caixão, o Mojica. É difícil separar o artista e o personagem. O Zé do Caixão é um palhaço amoral, terrível. É o palhaço do Mojica, é um grande personagem, eterno".
"Descanse em paz mas volte sempre, José Mojica Marins (1936-2020), criador do Zé do Caixão, um dos maiores personagens cinematográficos brasileiros", escreveu Amir Labaki, cineasta e fundador do festival de cinema É Tudo Verdade.
O músico Tico Santa Cruz, do Detonautas, relembrou uma vez em que foi ao programa de Mojica: "Minha solidariedade à família e aos amigos dessa que foi uma das grandes personalidades do cinema brasileiro! Tive o privilégio de conhecê-lo, ser entrevistado, ouvi muitas histórias incríveis que me contou sobre suas aventuras com outro ídolo meu, Raul Seixas".
O Sport Club Corinthians Paulista, time pelo qual torcia o cineasta, também publicou uma nota: "O Corinthians lamenta a morte de um dos mais famosos cineastas do País, o corinthiano José Mojica Marins, conhecido popularmente como 'Zé do Caixão'. Nossos sentimentos aos familiares e amigos."
O Canal Brasil, emissora em que Zé do Caixão apresentou um de seus últimos programas na TV, também se manifestou.
"Responsável por pérolas do cinema brasileiro, como À Meia-Noite Levarei Sua Alma e Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, Marins dirigiu 40 produções e atuou em mais de 50 filmes, além de apresentar no Canal Brasil o icônico programa O Estranho Mundo de Zé do Caixão. Nosso agradecimento ao mestre do terror brasileiro", escreveu a emissora.
A morte também causou repercussão internacional. "Obrigado pelas décadas de sustos, e sacrilégio, Coffin' Joe (como Zé do Caixão é conhecido no exterior). Você foi uma lenda", publicou o diretor de filmes de terror norte-americano Ted Geoghegan.
Simon Abrams, crítico de cinema dos Estados Unidos, pediu que José Mojica Marins "descanse em paz" e afirmou que alguns de seus trabalhos foram "essenciais".