O sistema de reconhecimento facial já existia, mas a identificação era feita de forma estática, por uma imagem que só depois era confrontada com o banco de dados. A partir de agora, isso se torna dinâmico, sendo feito em tempo real, automaticamente. O sistema capta as imagens e já as identifica imediatamente com o banco de dados.
Por motivo de segurança, a Polícia Civil não informou quantas câmeras estarão interligadas ao sistema, funcionando de forma online, e também não informou em quais locais exatos elas estarão posicionadas. Disse apenas que são dezenas e que haverá câmeras já trabalhando nesta sexta-feira, no Sambódromo. Também haverá o uso de drones em diversas partes da cidade monitorando o que está ocorrendo nos blocos.
Segundo Caetano Paulo Filho, diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil de São Paulo, o reconhecimento facial funciona bem, mas pode apresentar falhas. Por isso, o trabalho será desenvolvido em conjunto: além do trabalho na sala de situação que vai monitorar as câmeras, haverá policiais trabalhando nas ruas e em um laboratório biométrico. “Toda tecnologia pode ocasionar uma falha. Mas vamos trabalhar em conjunto com todos os agentes que estão in loco, no trabalho na rua. E aqui [na sala de situação) vamos estar recebendo as imagens e fazendo a confrontação na base. Vamos tentar diminuir ao mínimo possível a chance de alguma falha”, disse ele, em entrevista coletiva hoje.
Para garantir a privacidade das pessoas, ele informou que as fotos armazenadas no sistema serão identificadas por números. “A retaguarda aqui, no sistema de controle e no Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD), é que fará a identificação efetivamente daquela pessoa que foi reconhecida por sua face”, explicou.
A intenção, disse o diretor, é usar esse sistema em diversos outros eventos e situações onde houver aglomerado de pessoais, tais como bailes funk e manifestações. “Em qualquer evento em que se venha a transcorrer contra a legalidade, nós vamos agir. Se alguém cometer algum ilícito que venha a comprometer a ordem pública, a polícia tem que agir”, disse Paulo Filho.
Além do apoio criminal, destacou o coronel José Roberto Rodrigues de Oliveira, secretário municipal de Segurança Urbana, o sistema irá ajudar, inclusive, no aspecto social. “A pessoa que estiver sem documento ou perdida ou que bebeu demais [em um bloco carnavalesco], será possível identificá-la por uma foto”, explicou.
O governo de São Paulo estima que mais de 15 milhões de pessoas estarão participando do Carnaval na capital. Esse número representa um aumento de 25% em comparação ao ano passado. Além dos desfiles das escolas de samba no Sambódromo, que inicia hoje nesta sexta, 600 blocos devem passar pelas ruas da capital durante o Carnaval.